tag:blogger.com,1999:blog-53765853578758804492024-03-13T19:30:43.530-07:00Refúgio IIIUm espaço de reflexões críticas sobre Política, Religiões e outros assuntos espinhosos...Unknownnoreply@blogger.comBlogger32125tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-26053335013130641032010-04-22T09:23:00.000-07:002010-04-22T09:35:32.047-07:00Quando o preconceito nasce de quem pensa com os pés!INACREDITÁVEL: QUANDO O PRECONCEITO NASCE DE QUEM PENSA COM OS PÉS!<br />Texto retirado de (http://jbsarti.spaces.live.com/blog/cns!6D5D0452EE56F17A!1201.entry?sa=339262095)<br /><br />Sem nenhum julgamento, apenas vamos rever, cada um de nós, como é que estamos em relação a nossas posições; nossas idéias; nossos "radicalismos"; nossos sentimentos ...<br /> <br />Falamos muito sobre violência; guerras e queremos a Paz, como se isso fosse uma questão "dos outros". Qual é a nossa contribuição individual para a desarmonia; para os antagonismos ? Estou realmente "aceitando" o outro? Ou a minha opinião é a melhor ?<br /> <br />A matéria vale como reflexão: não é digna de aplauso ! Mas que seja um alerta para que não ocorram situações como essa. O ser humano tem coisas muito melhores para oferecer ! a fraternidade; o amor ao próximo ! a verdadeira Caridade !<br /> <br /> <br /> ..."Em verdade vos digo: todas as vezes que faltastes com a assistência a um destes mais pequenos, deixastes de tê-la para comigo mesmo. "<br /> (Mateus, cap. XXV, v 45) <br /> <br />Aconteceu um incidente grave em São Paulo , que contraria tudo aquilo que se fala sobre o lado bom e generoso do povo brasileiro.<br /><br />O incidente abaixo foi primeiramente noticiado pelo jornal Folha de SP ontem e depois pelos demais em todo o País.<br /><br />O Lar Mensageiros da Luz é um abrigo de crianças, adolescentes e adultos de ambos os sexos, com deficiência, especificamente paralisia cerebral. Atualmente atendem 38 pessoas da Baixada Santista, SP. E de onde vêm esses deficientes? São deficientes em risco pessoal e social encaminhados pelo Poder Judiciário, Conselho Tutelar, Poder Executivo Municipal ou espontaneamente.<br /><br />O INACREDITÁVEL<br /><br />Como tudo começou? Foi programada na Semana Santa uma visita de jogadores do Santos F.C. ao Lar Mensageiros da Luz, que dá assistência à paralisia cerebral. Seriam entregues ovos de Páscoa.<br /><br />Quando o ônibus parou á porta da instituição, alguns jogadores como Neymar, Robinho, Fábio Costa, Durval, Léo, Marquinhos e Brum se recusaram a descer.<br />Ganso chegou com seu próprio carro e, antes de entrar no local, foi chamado pelos colegas que estavam no ônibus (eles gritaram e bateram nas janelas). Ganso entrou no ônibus e não saiu mais.<br /> <br />A razão? Souberam que a instituição tinha sido fundada por espíritas. <br />O presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro foi até o ônibus e conversou com os atletas. "Falei para os jogadores que o Santos tem que provar que não é apenas um time de futebol".<br /><br />O técnico Dorival Júnior, visivelmente constrangido, disse que deixara claro que era uma atividade paralela às atividades do clube e que não era obrigatória a presença de todos. “Era pra ser algo fraterno, buscando uma troca com aquelas crianças que têm muito mais para nos ensinar do que temos para lhes oferecer” - disse o técnico santista.<br /> <br />Dentro da instituição, os jogadores que participaram da doação dos 600 ovos, entre eles Felipe, Edu Dracena, Arouca, Pará e Wesley, conversaram e brincaram com as crianças.<br /> <br />Em entrevista à TV Bandeirantes, Robinho e Neymar disseram que sua religião (evangélica) precisa ser respeitada. Por isso não desceram do ônibus para visitar os deficientes que os esperavam.<br /><br />“Só ficamos sabendo quando chegamos ao local que se tratava de um ambiente espírita” – disse Robinho<br /> <br />Evangélico, Neymar disse o seguinte: “Fiquei sabendo dos rituais religiosos (sic) realizados no local somente quando cheguei lá. Tomei essa atitude, pois tinha receio de não me sentir bem". <br /> <br />E DEPOIS?<br /> <br />Essa notícia me foi trazida pelo meu filho e companheiro de jornada, Átila Nunes Neto, que como eu, estava chocado.Meu filho é um homem de 36 anos e foi criado num lar espiritualista, mas sempre alertado para que jamais sua fé passasse por cima dos princípios básicos da fraternidade.<br /> <br />Chico Xavier dizia que se Allan Kardec tivesse dito que “Fora do Espiritismo não há salvação”, ele não teria seguido os passos da Doutrina Espírita. Mas, Kardec disse que “Fora da caridade não há salvação”. E a gente aprende que na caridade não há excessos e que deve ser a felicidade dos que dão e dos que recebem.<br /> <br />O preconceito no caso de alguns jogadores do Santos superou a caridade. É uma pena. Eles teriam invadido de alegria os corações daquelas crianças com paralisia cerebral.<br /> <br />Mas, o preconceito é uma opinião não submetida à razão.<br /> <br />Pior mesmo, é quando o preconceito religioso surge de quem pensa com os pés.<br /> <br />ÁTILA NUNES = RECEBIDO POR EMAIL 22/04/2010 =HUMILDADE,AMOR AO PROXIMO, COMPREENSÃO,FRATERNIDADE,SÃO PRINCÍPIOS QUE NÃO DEPENDEM DE RELIGIOSIDADE E SIM, DE UMA ÍNDOLE ELEVADA COM NOÇÃO DO QUE SEJA UM MÍNIMO DE SOFRIMENTO A QUE TODOS OS SERES HUMANOS ESTÃO SUJEITOS.DA PRÓXIMA VEZ,PROCURE REFLETIR UM POUCO MAIS E O MESMO DEUS QUE ATENDE A TODOS OS SEUS FILHOS COM CERTEZA VAI FICAR MUITO MAIS CONTENTE.= JBSARTI.Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-9454971623491266462010-04-20T08:04:00.000-07:002010-04-20T08:16:38.829-07:00Vitrines de Amsterdã - João Pereira CoutinhoÉ porque existe um espaço só nosso que há liberdade de pensarmos como entendemos.<br /> <br />RECEBO CONVITES de amizade todos os dias. Por e-mail. Alguém deseja ser meu amigo e convida-me para integrar uma lista virtual em que existem dezenas ou centenas ou milhares de amigos virtuais. A pretensão encanta-me e remete-me para memórias de infância. No recreio da escola, alguém se aproximava, alguém perguntava: "Queres ser meu amigo?".<br /><br /><br />A comparação é talvez ofensiva para a infância: nesses tempos, havia pelo menos o contato real com um ser humano real. Hoje, nem isso: a palavra "amizade", usada na internet, é uma traição da sua natureza verdadeira. A amizade não é um convite. É um acaso. O melhor de todos os acasos. <br /><br /><br />E quem é amigo de dezenas, ou centenas, ou milhares de pessoas, obviamente não é amigo de uma só. A amizade implica tempo, disponibilidade. E, como no amor, existe na amizade uma dimensão de sacrifício e exclusividade que o ruído cibernauta contamina. Na minha vida profissional, conheço dezenas de pessoas. Mas os meus amigos são tão poucos que não excedem os dedos de uma mão. <br /><br /><br />Recebo convites de amizade todos os dias. Todos os dias nada respondo, uma forma educada de recusar perguntas que não se fazem. Mas sei que pertenço a uma espécie em vias de extinção. <br /><br /><br />Conta o "Courrier Internacional", na sua edição portuguesa, que o maior site social é o Facebook, com os seus 350 milhões de utilizadores. Se fosse um país, o Facebook seria o terceiro mais povoado, depois da China e da Índia. <br /><br /><br />Um admirável mundo novo? Será. Mas um mundo novo traz dilemas novos. E novas ameaças. Não falo da ameaça metafísica, ou existencial, de sermos incapazes de manter ligações significativas com alguém. As ameaças lidam também com a privacidade, ou com o valor que conferimos à privacidade num mundo onde nos expomos e espiamos. <br /><br /><br />Ainda segundo a revista, e só nos EUA, um adolescente em cada cinco e um jovem adulto em cada três já enviou fotografias ou vídeos seus onde estão nus ou seminus. Mas não é preciso entrar nessas doces pornografias para ver nas "redes sociais" o que os turistas encontram nas vitrines de Amsterdã: a revelação pública da intimidade. Em fotos ou palavras. Lamentos ou pensamentos.<br /><br /><br />Alguns especialistas discordam. E defendem que, no mundo moderno, não faz mais sentido defender a esfera privada. Porque tudo é privado; ou, inversamente, tudo é público, o que facilita a comunicação, a partilha e, em certos casos, a denúncia da violência e da arbitrariedade. <br /><br /><br />Não estou convencido. Creio, aliás, no oposto: a conquista da privacidade, só possível no Ocidente com a emergência do Cristianismo, não foi apenas importante ao garantir aos homens um refúgio último e pessoal em que a consciência, e não a pressão da turba, é soberana. A conquista da privacidade, conferindo a Deus o que é de Deus e a César o que é de César, permitiu também o culto de outras liberdades. <br /><br /><br />Como relembra o escritor Jordi Soler no mesmo número da revista, é precisamente porque existe um espaço nosso, e só nosso, que existe também a liberdade de pensarmos como entendemos; de nos reunirmos com quem quisermos; e de nos expressarmos sem temer as interferências do poder político com a sua pata potencialmente censória. <br /><br /><br />Quando expomos voluntariamente a nossa privacidade, estamos voluntariamente a entregar a desconhecidos o que levou séculos a conquistar e preservar. Uma rendição da nossa identidade. Não será de espantar, por isso, que comecem a surgir vozes preocupadas. Como Alex Türk, presidente da Comissão Nacional de Informática e Liberdade, da França. Para Türk, todos os interessados deveriam poder solicitar às autoridades judiciais e aos servidores de internet o "direito ao esquecimento". O direito a podermos apagar do mundo virtual as pegadas que fomos deixando, e que outros foram copiando, sobre os nossos trajetos passados. <br /><br /><br />Num dos seus contos mais notáveis, "Funes el Memorioso", Jorge Luis Borges construiu uma parábola sobre um homem incapaz de esquecer. O conto de Borges não é apenas a descrição sardônica do infeliz e insone Funes, que após acidente juvenil passou a registrar, com precisão patológica, cada minuto, gesto, palavra ou imagem do mundo em volta. Uma coleção interminável que o impede de viver normalmente. O conto é uma elegia sobre a importância do esquecimento. Porque sem esquecimento não existe liberdade para continuarmos ainda e um pouco mais. <br />______________________________________<br />*Filósofo português. Escritor. Colunista da Folha.<br />Fonte: Folha online, 20/04/2010<br />jpcoutinho@folha.com.brUnknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-89226322096446446052010-03-30T06:21:00.000-07:002010-03-30T06:28:43.637-07:00Fraudes em nome de Deus<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZJmX-Q3rOaSY6mEnxt-6cf7oumEIVkjJ16XCTEXlRdb6HdLN8F-KC2k5NXwGYdug-gf-3mu4Q8_cAvr-tkmUPgPXTFH8xRBEw3RXX_xy-SnjrFrpHWy02i_32QV7VgbCfNJOu0hvi1Qs/s1600/00000397.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZJmX-Q3rOaSY6mEnxt-6cf7oumEIVkjJ16XCTEXlRdb6HdLN8F-KC2k5NXwGYdug-gf-3mu4Q8_cAvr-tkmUPgPXTFH8xRBEw3RXX_xy-SnjrFrpHWy02i_32QV7VgbCfNJOu0hvi1Qs/s320/00000397.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5454417944260202082" /></a><br />Fraudes em nome de Deus<br /><br />Por Dalmo de Abreu Dallari em 16/3/2010<br /> <br /> <br />Um fenômeno social que vem ganhando corpo nos últimos tempos é o aparecimento de grupos autodenominados religiosos, que, geralmente sob a direção de um líder, arrebanham adeptos, atraindo pessoas, quase sempre pouco esclarecidas ou socialmente frágeis, ou, ainda, dissidentes políticos ou religiosos aos quais oferecem um instrumento de oposição, e logo procuram formalizar a existência do grupo como uma nova igreja. E assim procuram obter proveitos materiais de várias espécies, em fraude à lei. Isso explica o aparecimento de novas igrejas em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil.<br /><br />Percebendo a ocorrência desse fenômeno e desejando conhecê-lo melhor, para, entre outras coisas, despertar a opinião pública para os graves prejuízos individuais e sociais que isso pode acarretar, dois jornalistas ligados à Folha de S.Paulo, Cláudio Ângelo, editor de Ciência, e o repórter Rafael Garcia, decidiram criar experimentalmente uma nova igreja, evidentemente fundada numa fantasiosa crença religiosa. <br /><br />Para tanto, com o objetivo de evidenciar a tranquila possibilidade legal de consumar essa fraude, solicitaram a orientação de um dos mais prestigiosos escritórios de advocacia de São Paulo, respeitadíssimo pelo alto nível de conhecimentos e pelo rigoroso padrão ético de seus integrantes – o escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo, Gasparian Associados. E assim adotaram as providências legalmente exigidas para concretizar a criação da igreja de fantasia. <br /><br />Exploração da ignorância<br /><br />Verificaram, então, que não existem requisitos teológicos ou doutrinários para a criação de uma igreja, não havendo também a exigência de um número mínimo de fiéis. Redigiram um documento de fundação do que denominaram Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangelho e fizeram a inscrição da entidade no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, obtendo assim o número do CNPJ. <br /><br />Com base nesse documento abriram uma conta bancária, fazendo várias aplicações financeiras, gozando de isenção dos tributos normalmente incidentes sobre operações dessa espécie, pois, segundo a Constituição, no artigo 150, inciso VI, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre templos de qualquer culto. <br /><br />Nessa mesma linha, a nova igreja poderá adquirir e vender imóveis, realizar transações econômicas, cobrar pela prestação de serviços e praticar outros atos que beneficiem pessoalmente os criadores e dirigentes da igreja, sem que sejam obrigados a pagar o IPVA, o IPTU, o ISS e qualquer outro tributo. E como as igrejas são absolutamente livres para definir sua organização e direção e para admitir e manter seus sacerdotes, que, nessa condição, ficam isentos da obrigação de prestar o serviço militar obrigatório, um dos dirigentes designou seus próprios filhos como sacerdotes, garantindo-lhes, desse modo, essa isenção, devendo-se ainda acrescentar que, além desse privilégio legal, os sacerdotes terão direito a prisão especial, se forem envolvidos numa ocorrência policial. <br /><br />Acrescente-se, ainda, que os dirigentes da igreja poderão indicar os imóveis de sua residência como sendo templos da igreja e assim ficarão isentos dos tributos municipais.<br /><br />Essa iniciativa dos jornalistas, levada a efeito discretamente e sem procurar provocar escândalo, é merecedora do maior elogio e deve ser amplamente divulgada, para chamar a atenção dos que podem e devem influir para impedir a multiplicação fraudulenta de igrejas. Essa fraude deve merecer especial atenção dos legisladores e dos governos, pois além de acarretar enormes prejuízos a todo o povo, por criar a possibilidade de intensa atividade econômico-financeira sonegando tributos, alimentam-se da exploração da ignorância e da fragilidade de pessoas das camadas mais pobres da população. <br /><br />Ação educativa<br /><br />Bem ilustrativo da audácia desses exploradores da ignorância e da ingenuidade de pessoas mais simples é a notícia da criação de uma linha telefônica para falar com Deus, fato divulgado pelo jornal francês Le Monde (4/3/2010, pág.26). <br /><br />Conforme registra com ironia aquele jornal, foi criado um novo serviço telefônico, "Le Fil du Seigneur", iniciativa da sociedade Aabas Interactive. Fornecendo os dois números disponíveis para as ligações, informa o jornal que o custo das ligações é de 15 centavos de euro para as ligações comuns e de 34 centavos para as ligações urgentes e diretamente dirigidas a Deus. <br /><br />Quem ligar para o serviço ouvirá uma gravação dizendo : "Você está em presença de Deus para o recolhimento e a prece a fim de receber sua graça". Acrescenta o jornal, sempre ironizando, que os promotores desse piedoso serviço não estão autorizados a conceder absolvição por telefone, mas os interessados podem deixar sua confissão. E para acentuar os objetivos de apoio e edificação espiritual, uma gravação diz no início: "Para receber conselhos, digite 1; para confessar, digite 2 ; para escutar confissões de outros, digite 3".<br /><br />Parece absurda a criação de um "serviço" dessa natureza, mas o fato de ele continuar existindo é um sinal de que também existem usuários, o que deixa evidente que há ambiente para audácias desse tipo.<br /><br />Num pronunciamento recente, o presidente da Ordem dos Advogados de Angola chamou a atenção para o surgimento e a multiplicação de práticas ilegais naquele país, ligadas justamente à exploração de crenças religiosas. E observou : "Não me surpreende o surgimento de crimes ligados à exploração religiosa, porque onde há pobreza, ignorância e um nível cultural extremamente baixo há propensão para que essas práticas religiosas duvidosas prevaleçam e tenham espaço". <br /><br />E sublinhando que a legislação angolana exige um mínimo de cem mil aderentes para a existência de uma igreja, o que considera bom mas insuficiente para impedir as fraudes, acrescentou que "é responsabilidade do Estado, nos termos da lei, controlar para que o direito de liberdade religiosa não seja utilizado para fins contrários ao que está previsto na Constituição", considerando necessária uma ação educativa do Estado, mas também uma ação repressiva, para impedir práticas que, sob a máscara de atividades religiosas, prejudiquem os direitos de outros cidadãos e a própria ordem pública. <br /><br />Necessário e urgente<br /><br />Observe-se, afinal, que esse fenômeno da exploração religiosa, muito oportunamente posto em evidência pelos jornalistas da Folha de S.Paulo, vem preocupando vários países da Europa. Assim, na França já estão em vigor três leis tratando de questões relativas ao surto de organizações religiosas e suas repercussões legais. A primeira é de 18 de dezembro de 1998 e cuida, sobretudo, do problema do acesso de crianças à escola, que é obrigação dos pais e vinha enfrentando obstáculos sob alegação de motivos religiosos. A segunda, de 15 de junho de 2000, deu legitimidade às associações civis que lutam contra as seitas para propor ou integrar ações judiciais, inclusive na área penal, nesse âmbito. A terceira lei, de 12 de junho de 2001, trata dos movimentos sectários que atentam contra os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Esta lei permite a propositura de ação contra fatos que podem ser qualificados como "abusos fraudulentos do estado de ignorância ou de fragilidade", com agravantes quando praticados contra crianças ou pessoas em situação de fraqueza. <br /><br />Essas questões já vêm sendo objeto de considerações do Conselho da Europa, que em 1992 fez recomendações relativamente às seitas e aos novos movimentos religiosos e em 1999 reforçou seu pronunciamento considerando as atividades ilegais das seitas. Como fica evidente, há uma situação nova envolvendo as questões religiosas, com efeitos graves sobre os direitos. <br /><br />Por tudo isso, é muito oportuna a advertência sobre o que vem ocorrendo no Brasil nessa área. A Constituição brasileira declara inviolável a liberdade de consciência e de crença, mas ao mesmo tempo diz, no artigo 5°, inciso XVII, que é plena a liberdade de associação "para fins lícitos". É evidente que o uso fraudulento da invocação religiosa nada tem a ver com a liberdade de crença e, ainda mais, por suas conseqüências de ordem prática, acarreta graves prejuízos a todo o povo, confere privilégios injustos e cria uma situação de conflito, opondo as organizações desonestas às instituições que se fundamentam, autenticamente, em crenças religiosas. <br /><br />Assim, pois, é necessário e urgente que o tema seja posto entre as prioridades brasileiras, para que se tenha uma legislação que, mantendo a laicidade do Estado, garanta a liberdade de crença com pluralidade, coibindo a invocação fraudulenta dessa liberdade.<br /> <br />Dalmo de Abreu Dallari é jurista, professor emérito da Faculdade de Direito da USP<br />Imagem de : ww1.anamatra.org.br/sites/1200/1223/00000397.JPGUnknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-31715132215702702252010-03-22T10:18:00.000-07:002010-03-22T10:20:31.827-07:0022 de março: Dia Mundial da Água<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1yqS9ADGLcxWvuoix8b0Wv08IDZA_Dq-4qwiBo7clQ5_QOdYT9AB76PmXY20NBMIwcWb6fZYkbXDPDLIi5wsLEPHS03o6IDOzWH5EzcvBMpNj9ZFqPPlGefe772nwQjilXbU0pA8RS08/s1600-h/ATgAAACiktQv3U8OsGwqWe0sF-AridYwlNdxyxZ3b5lqWr7Vm2xOSZoRXWF7Lua6gBHeqbfUPzCoDr37PW_f4b_bx6sxAJtU9VD4Gaa8o6lkNvrRGAnJq0-H9JyyLw.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 235px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1yqS9ADGLcxWvuoix8b0Wv08IDZA_Dq-4qwiBo7clQ5_QOdYT9AB76PmXY20NBMIwcWb6fZYkbXDPDLIi5wsLEPHS03o6IDOzWH5EzcvBMpNj9ZFqPPlGefe772nwQjilXbU0pA8RS08/s320/ATgAAACiktQv3U8OsGwqWe0sF-AridYwlNdxyxZ3b5lqWr7Vm2xOSZoRXWF7Lua6gBHeqbfUPzCoDr37PW_f4b_bx6sxAJtU9VD4Gaa8o6lkNvrRGAnJq0-H9JyyLw.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5451509289648177794" /></a><br />O dia 22 de março foi singularizado pela Assembleia Geral das Nações Unidas como o Dia Mundial da Água. A vital importância deste recurso deveria ensejar grandes e acalorados debates, passeatas, carreatas, deveria ocupar lugar de destaque nas agendas de projetos políticos, nas capas de jornais, deveria cada rio ser considerado um Patrimônio da Humanidade, deveria ser crime o desperdício, deveria, deveria, deveria...<br /> <br />Nosso País é privilegiado com relação a este recurso hídrico. Todavia, para além do descaso de nossos políticos, releve-se o descaso da própria população (que aliás é de onde saem os políticos). A falta de conscientização encontra-se estampada nos mínimos gestos cotidianos. É o banho demorado habitual, a varredura de calçadas com o jato da mangueira, é a latinha de refrigerante ou cerveja (e inúmeros outros objetos) que é jogada nas ruas e rodovias e que irá entupir os bueiros (bocas de lobo), é a pescaria que enche as margens dos rios com os vestígios do final de semana, é a falta de planejamento urbano que impermeabiliza com asfalto o solo das cidades, é o desmatamento para pastos e bairros que promove a aceleração da erosão do solo e, que não proporciona a adequada infiltração da águas que alimentarão os lençóis freáticos (ou também causará deslizamentos nas encostas dos morros com vítimas fatais), é o conserto dos pequenos vazamentos domésticos que sempre é adiado...<br /> <br />Penso que são poucas as pessoas - levando-se em conta a população mundial - que se ocupam seriamente a pensar sobre a questão da água. Infelizmente, o que se nota é um dar de ombros, como se este assunto fosse um problema do futuro... distante. Até que comecem as primeiras guerras - mais pelo controle, numa visão estratégica, do que por uma real escassez - parece-me que as pessoas ainda não se aperceberam da importância deste assunto. Tratam-no como se fosse um "papo de ambientalistas". E contribuem todas elas para o agravamento do problema que no futuro se antevê.<br /> <br />Lí recentemente um artigo que me chamou a atenção. Segundo este, a OMS estipula que cerca de 50 litros de água por dia é a quantidade suficiente para que esteja garantida a higiene e o bem estar de uma pessoa. Pois bem, o Canadá e os EUA lideram a lista dos países que mais gastam água com seus 600 e 575 litros/dia/pessoa, o Brasil aparecendo na décima segunda posição (187 litros/dia/pessoa). Contudo, o que realmente ficou evidenciado no artigo é o fato de que aqueles países em melhores condições no ranking da pesquisa assim estão não porque sejam mais conscientes e sim, porque já lhes falta lá o precioso líquido ou porque suas rendas médias não lhes permite o gasto conforme gostariam...<br /> <br />Creio que o maior empecilho na conscientização das questões ditas ambientais parte do próprio povo. Parte de mim, de você, do meu vizinho, do meu professor, do padre (pastor ou qualquer outro nome que tenha um orientador religioso), do prefeito (vereador, presidente...), do delegado e do ministro, do juíz e do bandido, do representante do partido de esquerda ou de direita, da empregada doméstica e da dona de casa, dos pais e dos filhos, do universitário e do analfabeto, do velho e da criança... Enquanto esperarmos que as mudanças benéficas a todos nós ocorram "de cima para baixo"não veremos melhoras no que tange a tais questões. É urgente e necessário que façamos todos nós a nossa parte, que sirvamos de exemplo com nossas atitudes mínimas diárias, que nos apercebamos de que estamos todos em um mesmo barco... que navega a cada dia em águas mais rasas...<br /> <br />Cobremos sim: das autoridades competentes, de nossos políticos, dos professores de nossos filhos, de nossos vizinhos, dos outros países se preciso for, mas sobretudo, cobremos de nós mesmos uma postura consciente em relação ao Planeta; exijamos nosso máximo. Afinal de contas, para que mesmo serve esta tal racionalidade que alardeamos ter se a cada dia se tornam mais claros os sinais de nossa própria extinção... escavada por nossas próprias mãos? Pensemos seriamente nisso.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-2162228770373881852010-03-12T08:16:00.001-08:002010-03-12T08:21:45.345-08:00Preto e branco<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSszUKhyuJo9URK76gS2j3m45FsWsBH7-0pM_AOq8ihfLAAlb6K7Hrb4TUQBj0cFaEXJ7TFWsiFp7RJyT2qxb9KqdBpFS35Ea6hCGPY5hHX8V6uAuNvktYuIyT_91CZDUhEVErKH6zkwU/s1600-h/elber-racial.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 278px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSszUKhyuJo9URK76gS2j3m45FsWsBH7-0pM_AOq8ihfLAAlb6K7Hrb4TUQBj0cFaEXJ7TFWsiFp7RJyT2qxb9KqdBpFS35Ea6hCGPY5hHX8V6uAuNvktYuIyT_91CZDUhEVErKH6zkwU/s320/elber-racial.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5447782330706624434" /></a><br /><br />Esta reflexão foi embasada na postagem de meu especial amigo Prof. Andrade. Seria interessante seguir o link para enriquecer o texto, dada a riqueza do material exposto e para compreensão do mesmo. Êi-lo: <br />http://zebineh1954.spaces.live.com/blog/cns!CE2BD75A7D59DC60!7904.entry?sa=747606196 .<br /><br />Disse certa vez, em uma de minhas postagens, que a questão do preconceito ( conceito formado previamente) é complexa: esbarra na ignorância ( no sentido de não conhecimento); alimenta suas raízes na cultura de um povo; impõe-se nas opiniões de quem tem o poder de ditá-las e, por vezes, descamba no fanatismo - em suas várias manifestações: religiosas, racistas etc. Impõe-se pela força, pelo temor reverencial... até que um reinado rua por um confronto, pela aeração de novas ideias...<br /><br />Somos testemunhas, pela História, dos horrores provenientes das opiniões pré-formadas; dos estragos que um dogma pode causar; da bestialização que o fanatismo promove em um homem... extermínio de judeus, guerra de religiões (!?), perseguição às minorias e àquele que ousa ser diferente, na verdade, encobrem fragilidades disfarçadas pelo poder em fortalezas.<br /><br />Destaco e ouso complementar as palavras de Gandhi citadas no texto de meu amigo: “A cada humilhação crescia a minha teimosia. Eu aprendi que a vida de até mesmo um simples inseto é sagrada e digna de respeito. E lutei! Da luta os brancos tinham medo. Do medo nasciam seus preconceitos. E dos preconceitos vinha a violência.” A cada humilhação - sofrida ou causada em outrem - aumenta em alguns uma teimosia, dependendo de quem a sofre, benigna ou malévola. A benigna é a que promove mudanças, aera e oxigena as ideias, revê leis injustas, anacrônicas, cria mártires-modelo, insufla ânimos ao "bom combate", fornece exemplos de sabedoria aos mais jovens...<br /><br />Do outro lado, da malévola, a humilhação destrói quem a ela é submetido, aniquila e persegue os humilhadores no veneno de uma raiva cega... tão cega quanto o preconceito do que humilha... O efeito dessa forma de sentir uma humilhação, citando uma outra frase de Gandhi, poderia ser assim ilustrado: "A política do olho por olho pode deixar-nos a todos cegos"...<br /><br />Disse Gandhi que "da luta os brancos tinham medo"... e o que seria esse medo? Penso que o desmascarar de uma mentira: a que foi alçada à categoria de verdade. O medo de descobrir que, afinal, o sangue do negro é rubro como do branco, sua mente é tão perfeita quanto a do branco, sua vida é tão sagrada quanto a de qualquer Criatura... seu Deus pode ser o mesmo que me criou ( e se a teoria que construímos a respeito do Amor estiver correta, esse Deus o ama como a mim!) ... sua força pode ser maior que a minha, sua produtividade pode ultrapassar a minha numa competição de cargos... o medo da tão temida igualdade. Porque a desigualdade confere poderes; constroem-se desiguais justiças amparadas na legitimidade promíscua de preconceitos convenientes ao Poder consentido...<br /><br />Já disse o velho Freud que "todo mal advém da ignorância". E quanta verdade encerra esta ampla ideia! Preconceitos advêm do desconhecimento, de uma generalização, e geram males, guerras, fazem brotar violências - ora de mãos iradas, com sangue de inocentes, ora de argumentos, construções bem elaboradas, ideologias opressoras e nilificantes... são nomes, modus operandi diversos para um mesmo fim: "violens" (do latim, ato que viola).<br /><br />Penso que o único caminho para se acabar com um preconceito é um diálogo com o objeto deste e consigo mesmo. É preciso um tête-a-tête franco, honesto, perquiridor dos motivos intrínsecos que lhe subjazem; é necessário um doloroso processo de auto conhecimento e de conhecimento do outro, uma humildade de aprendiz com sede de verdade, um reconhecimento honesto do vencido ao campeão.<br /><br />Não é fácil vencer a si mesmo numa luta onde tentamos derrubar nossas verdades, onde construímos nossas defesas buscando nos proteger de nossas quimeras absurdas que nos colocam em pedestais... Não é fácil - do lado de lá, do outro - esquecer-se das mágoas de um passado injusto, dos ultrajes que a própria História documentou...<br /><br />O combate de um preconceito - e agora, não só o racial - envolve questões culturais, políticas, econômicas, pessoais que dificilmente serão resolvidas de uma forma mágica, simples. Não basta que se elaborem leis, que se instituam medidas protecionistas, que se pronunciem publicamente, por parte das instituições, pedidos de perdão pelo passado. Há nódoas no alvo tecido de linho branco que amarelecem a cada discriminação velada... Canso-me de ver atitudes inconscientes de preconceito velado, tão arraigadas no íntimo dos brancos que passam desapercebidas: é a piadinha que envolve o negro a dirigir uma Mercedes (que sempre se pensa que é do patrão), ou a fala que soa despretenciosamente anti preconceituosa que diz que "não tenho nada contra os negros, tenho vários amigos negros, mas não me casaria com um... ou "ele é um negro de alma branca"... ou, ou, ou...<br /><br />Nosso País tem sido considerado um modelo de convivência harmônica inter racial ( não gosto dessa palavra: raça), de tolerância (também torço o nariz, por vezes, a esta palavra...) para com as minorias; contudo, será mesmo que entre nós não exista um preconceito, mesmo que agonizante, sutil? Será que ao instituirmos quotas raciais para índios, negros, por exemplo, não estamos de certa forma com o pré conceito da fragilidade, da diferença? Não estaríamos todos escancarando uma desigualdade que nós mesmos ajudamos a fomentar? <br /><br />Ainda sonho com um mundo onde essa insensatez, essa ignorância não exista mais. Onde o outro seja respeitado como Obra única de um Criador ininteligível... Ainda sonho com uma Humanidade que tenha abolido de seu vocabulário as palavras guerra, raça, ódio... Ainda sonho com leis introjetadas e não impostas de respeito à diversidade, à riqueza de culturas, à beleza de tudo que é vivo, fluido e em evolução permanente e inexorável... Sento-me ao lado de brancos, negros, pardos (?!), pedras, rios, animais, ao lado de um pôr-do-Sol, ao lado de estrelas e de vagalumes, ao lado do Deus que meu coração alcança; sento-me ao lado de idosos e crianças, gays, prostitutas e bandidos, padres e pastores e ateus, sábios da Ciência e sábios da vida "simples", ébrios e compositores, amantes e traídos...<br /><br />Lembrei-me agora de uma canção belíssima de Paul MacCartney: Ebony and Evory, onde ele compara a convivência entre negros e brancos às teclas de seu piano... pretas e brancas a contribuírem magnificamente harmônicas no tecer de uma canção... Eis a letra simplificada:<br /><br />ÉBANO E MARFIM<br /><br />Ébano e Marfim,<br /><br />Vivem juntos em perfeita harmonia<br /><br />Lado a lado no teclado do meu piano.<br /><br />Oh, Senhor, porque nós não?<br /><br /> <br /><br />Imagem de :<br /><br />http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://oficinadeideias.files.wordpress.com/2007/06/elber-racial.jpg&imgrefurl=http://oficinadeideias.wordpress.com/2007/06/20/anuncio-de-concientizacao-nao-ao-preconceito-racial/&h=1022&w=1174&sz=153&tbnid=8VdyitzKqqH0tM:&tbnh=131&tbnw=150&prev=/images%3Fq%3DIMAGEM%2BDE%2BPRECONCEITO%2BRACIAL&usg=__kalVwok87LtI_bav2W7VSlQsa9o=&ei=502aS6iDMc6JuAechMiADg&sa=X&oi=image_result&resnum=4&ct=image&ved=0CA8Q9QEwAw<br /><br /> <object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/sssqBjaTzOU&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x006699&color2=0x54abd6"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/sssqBjaTzOU&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x006699&color2=0x54abd6" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-73410810831841074232010-03-04T04:17:00.000-08:002010-03-05T07:36:54.367-08:00Até quando, Alah?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjraLZrYw1ADjN2IQtM1pz4hjzdsWIXI-YKsU9-Z22PaIMm7rYgxym064dzxlkfyL7JAGgXNeW_N3N7jDcIKAXDp5p0PBUxlBxOQD1BplshTAxUQ5JddvPGZgYcEHK6vnkhEZ-m5znOc4I/s1600-h/casamento-hamas-pedofilia-noivas-criancas.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 241px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjraLZrYw1ADjN2IQtM1pz4hjzdsWIXI-YKsU9-Z22PaIMm7rYgxym064dzxlkfyL7JAGgXNeW_N3N7jDcIKAXDp5p0PBUxlBxOQD1BplshTAxUQ5JddvPGZgYcEHK6vnkhEZ-m5znOc4I/s320/casamento-hamas-pedofilia-noivas-criancas.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5445174122653239314" /></a><br />A História Oculta do Mundo: A Pedofilia do Hamas <br /><br />Enquanto a imprensa exalta os "lutadores da liberdade do Hamas", os "rebeldes", ou então o PT e demais organizações de esquerda no Brasil dão apoio integral ao mesmo (conforme nota do secretário geral do partido, Valter Pomar durante a época do conflito), o mundo desconhece uma das histórias mais nojentas de abuso infantil, torturas e sodomização do mundo vinda do fundo dos esgotos de Gaza: os casamentos pedófilos do Hamas que envolvem até crianças de 4 anos. Tudo com a devida autorização da lei do islamismo radical.<br /><object width="640" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/RYmtaXQHEtw&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x402061&color2=0x9461ca"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/RYmtaXQHEtw&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x402061&color2=0x9461ca" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="385"></embed></object><br /><br />A denúncia é do Phd Paul L. Williams e está publicada no blog thelastcrusade.org e é traduzida com exclusividade no Brasil pelo De Olho Na Mídia (ninguém mais na imprensa nacional pareceu se interessar pelo assunto)<br /><br />Um evento de gala ocorreu em Gaza. O Hamas foi o patrocinador de um casamento em massa para 450 casais. A maioria dos noivos estava na casa dos 25 aos 30 anos; a maioria das noivas tinha menos de dez anos. <br /><br />Grandes dignatários muçulmanos, incluindo Mahmud Zahar, um líder do Hamas foram pessoalmente cumprimentar os casais que fizeram parte desta cerimônia tão cuidadosamente planejada.<br /><br />"Nós estamos felizes em dizer a América que vocês não podem nos negar alegria e felicidade", Zahar falou aos noivos, todos eles vestidos em ternos pretos idênticos e pertencentes ao vizinho campo de refugiados de Jabalia. <br /><br />Cada noivo recebeu 500 dólares de presente do Hamas<br /><br />As garotas na pré-puberdade, que estavam vestidas de branco e adornadas com maquiagem excessiva, receberam bouquets de noiva. <br /><br />"Nós estamos oferecendo este casamento como um presente para o nosso povo que segue firme diante do cerco e da guerra", discursou o homem forte do Hamas no local, Ibrahim Salaf. <br /><br />O Centro Internacional Para Pesquisas Sobre Mulheres estima agora que existam 51 milhões de noivas infantis vivendo no planeta Terra e quase todas em países muçulmanos.<br /><br />Quase 30% destas pequenas noivas apanham regularmente e são molestadas por seus maridos no Egito; mais de 26% sofrem abuso similar na Jordânia.<br /><object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/OaP_sGRs2JQ&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x402061&color2=0x9461ca"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/OaP_sGRs2JQ&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x402061&color2=0x9461ca" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br /> <br /><br />Todo ano, três milhões de garotas muçulmanas são submetidas a mutilações genitais, de acordo com a UNICEF. A prática ainda não foi proibida em muitos lugares da América.<br /><br />A prática da pedofilia teria base e apoio do islã, pelo menos a sua leitura mais extrema e radical. O livro Sahih Bukhari (além do Corão, outra das fontes de grupos como o Hamas) em seu quinto capítulo traz que Aisha, uma das esposas de Maomé teria seis anos quando se casou com ele e as primeiras relações íntimas aos nove. O período de espera não teria sido por conta da pouca idade da menina, mas de uma doença que ela tinha na época. Em compensação, Maomé teria sido generoso com a menina: permitiu que ela levasse todos os seus brinquedos e bonecas para sua tenda.<br /><br />Mais ainda: talvez o mais conhecido de todos os clérigos muçulmanos deste século, o Aiatóla Komeini, defendeu em discursos horripilantes a prática da pedofilia:<br /><br />Um homem pode obter prazer sexual de uma criança tão jovem quanto um bebê. Entretanto, ele não pode penetrar; sodomizar a criança não tem problema. Se um homem penetrar e machucar a criança, então ele será responsável pelo seu sustento o resto da vida. A garota entretanto, não fica sendo contada entre suas quatro esposas permanentes. O homem não poderá também se casar com a irmã da garota...É melhor para uma garota casar neste período, quando ela vai começar a menstruar, para que isso ocorra na casa do seu marido e não na casa do seu pai. Todo pai que casar sua filha tão jovem terá assegurado um lugar permanente no céu.<br /><br />Para finalizar, o vídeo abaixo traz informações sobre espancamentos realizados contra meninos no mundo muçulmano para "estudarem melhor" - que incluem açoitamentos - escravidão de menores e a venda de meninas de 8 anos ou até menos como noivas no Sudão e em outras países da região. Tudo, com carimbo do islã radical:<br /> <object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/gdi2bdv4nwA&color1=0xb1b1b1&color2=0xcfcfcf&hl=en_US&feature=player_embedded&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowScriptAccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/gdi2bdv4nwA&color1=0xb1b1b1&color2=0xcfcfcf&hl=en_US&feature=player_embedded&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowScriptAccess="always" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Esta é a história que a mídia não conta, que o mundo se cala e não quer ver, ou que não querem que você saiba. Mas agora você está ciente, não tem mais jeito! Vai ficar calado? Cobre os veículos de mídia, aja! Se você não fizer nada, ninguém poderá salvar estas vítimas inocentes do inferno do Hamas e similares".<br />(Texto retirado de http://www.deolhonamidia.org.br/Comentarios/mostraComentario.asp?tID=420)Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-9479524696236759112010-02-26T12:44:00.000-08:002010-02-26T13:37:18.433-08:00Falando sobre VENCÊ-LOS-EMOS AO RAIAR D’AURORA [Rogério Barroso]Parabenizo-lhe, Dr. Rogério, por esta magnífica expressão simbólica de resistência! Quantas lições podem ser tiradas deste video! A ausência de som não me incomodou. Ao contrário, fez ressaltar a mensagem, a poesia e a força da imagem. Destaco também a qualidade de reprodução, pois não existem pausas para o carregamento do video. <br /><br /> Eis a grande lição do velho adágio "A união faz a força"! Na metáfora da caçada, do abate da presa, podem ser abstraídos temas como a exploração, a miséria, o não cumprimento das promessas políticas, a guerra, os problemas relacionados ao Planeta ( aquecimento global, destruição de reservas naturais e espécies nativas, entre outros). Pode ser extraído o exemplo de que esses e outros problemas se solucionam quando um povo trabalha consciente na busca de respostas à intempérie que o atinge. Um povo unido e consciente se ergue, repensa erros, estabelece estratégias de combate, impõe-se pela força de sua cultura que se enriquece com a de outros, mas nunca se empobrece pelo desfalque da sua... <br /><br /> Equipara-se o meio hostil, selvagem, de luta pela sobrevivência à atualidade, à quotidianeidade de nosso também selvagem ambiente nas cidades. Nessa luta pela sobrevivência, hodiernamente, utilizamos armas sofisticadas, sutís por vezes, mas, o objetivo continua a ser o mesmo: sobreviver. O grande problema a ser enfrentado continua o mesmo: é preciso superar a condição de homem - seja indivíduo, seja grupo - para que se entenda a si, ao significado e ao porquê do grupo... é preciso que se argua o porquê da luta, da fome do outro ( e da nossa própria), da riqueza desnecessária, da balança desequilibrada, o porquê da arma, o porquê do ataque... <br /><br /> Haverá o dia em que superaremos nossa natureza belicosa ou isto é uma elocubração desprovida de seriedade? Ao voltarmos nosso olhar para a Natureza, dâmo-nos conta de lições preciosas... Dâmo-nos conta de que somos todos, protagonistas, antagonistas e, ao mesmo tempo, elos de uma cadeia de sobrevivência comum... No julgamento sincero de nossas consciências, será que algum dia não haverá repugnância no que fazemos e alçamos à categoria de valores? Haverá o dia em que não será preciso entrincheirar-se nas fronteiras por trás de bandeiras a se defender das fronteiras e bandeiras de outrem? <br /><br /> Este video: uma metáfora da existência, uma poesia viva da resistência. O círculo que nos remete ao mito do eterno retorno: o grupo unido que caça, a alteração dos papéis iniciais... a inversão de posições entre vencedor e vencido, a perturbação da "ordem natural", o nascimento da possibilidade da ruptura com o que é previsto como fim... A reação inesperada que subverte, o ideal que enobrece, encoraja, humaniza, que enfrenta, que resgata, que levanta o que caiu... <br /><br /> A grande contradição: a de poder ser "um" e frágil e "um" e forte ao mesmo tempo; a de saber-se "um" distinto e "um" amalgamado a outros "uns"; a de saber-se "um" que se imola por outros "uns"... sem consciência de que são "um"... <br /><br /> As cenas que vemos neste video refletem a limitação do indivíduo, a passagem do final previsto para a dialética construção de um desfecho inesperado. E já agora visto, feito, possível, pois! <br /><br /> O ato instintivo tanto mata, quanto salva; tanto defende, quanto foge... O que é a vitória? É o enfrentamento do medo? Articulação, união de esforços, desejo tornado ação, ato tangível? Estas imagens reconstroem as nossas frustrações, os desejos, os instintos, as angústias, os medos... são imagens que evocam o íntimo de nós mesmos ... indivíduos e povos. <br /><br /> A história das sociedades revista sob o ângulo da Natureza... Aqui, a leitura poderia ser a de que há atos predatórios, há matança, há o abate por ideologias predatórias; a moderna caçada esconde em suas vestes a cor do sangue, a antropofágica morte de Deus no altar das religiões... Caçadores e presas humanos ostentam bandeiras de países, a união às vezes força a construção de blocos em nome da Economia, da Política, da Religião... Motes diversos a justificarem atos predatórios, nomes modernos para caçadas desiguais... <br /><br /> A que pode resistir um grupo? Pode haver resistência: dos sonhos, dos ideais, dos valores nobres... Resistência da cultura popular (tradições, língua, costumes etc., frente à depredação da globalização)... Como no video, pode haver oposição não prevista, negativa-positiva, pode o conformismo transmutar-se em inconformismo; como no video, pode haver enfrentamento e estupefação dos personagens, recriação de uma conclusão. E eis que o dilaceramento do si ao ver-se, ver-se a si mesmo no "um", vislumbra uma possibilidade e berra alertando o "um" que já aconteceu o desfalque, que houve um rasgo no corpo comum! E o passo decidido de "um"do grupo insufla nos demais a possibilidade de uma vitória: o grupo transforma, transforma-se em mola propulsora que nos remete todos a um clímax de conteúdo imagético-emocional profundo... visceral. <br /><br /> Obrigada, Dr. Rogério, por esta metáfora, por este convite à reflexão de todos nós. Obrigada pela sensibilidade da mensagem deixada aos seus e que agora, por seu intermédio, deixo também aos meus. Um sincero e fraternal abraço. Alpha Leninha. <br /><br /> <br /><br />Citação <br /><br />VENCÊ-LOS-EMOS AO RAIAR D’AURORA [Rogério Barroso]<br /><br /> <br /><br /> <br /><br />As armas carregadas de raiva: esta é a prova de que, unidos, podemos vencer os opressores.<br /><br /> <br /><br />A empresa «YouTube», propriedade da empresa «Google», desactivou o som deste filme. Se quizer o filme completo, peça-o para rbestudos@sapo.pt, indicando o seu nome e o endereço de email no qual quer receber.<br /><br /><object width="425" height="349"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/c_04ia6q2mA&border=1&color1=0x6699&color2=0x54abd6&hl=pt_BR&feature=player_embedded&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowScriptAccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/c_04ia6q2mA&border=1&color1=0x6699&color2=0x54abd6&hl=pt_BR&feature=player_embedded&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowScriptAccess="always" width="425" height="349"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-13380136946855104312010-02-12T04:43:00.000-08:002010-02-12T04:46:52.763-08:00Falando sobre VINTE ANOS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCd7mJuNG16rBw4TifemHqUrhA3G3SkPJcTR24hP5-lllA42bkjWF2TyQXF7SRhoVB8iifl6v5MfmPsqX2IjwcKxxuWJi85ZnEPe9-ICCv79WWiYhdFJ0OEXVtWPLi9UIcKRJjeg9m_Q0/s1600-h/imagem34.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 195px; height: 298px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCd7mJuNG16rBw4TifemHqUrhA3G3SkPJcTR24hP5-lllA42bkjWF2TyQXF7SRhoVB8iifl6v5MfmPsqX2IjwcKxxuWJi85ZnEPe9-ICCv79WWiYhdFJ0OEXVtWPLi9UIcKRJjeg9m_Q0/s320/imagem34.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5437337478031640930" /></a><br />Trago para a reflexão de meus amigos este interessante excerto de Daniel Sampaio, professor catedrático de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Lisboa. Aqui o autor aborda, a partir de uma comparação dos jovens de 20 anos dos anos 60 com os de hoje, a necessidade da "transmissão do justo equilíbrio entre a experiência do passado e a verificação da novidade do presente", porque, na verdade, "o tempo atual também é dos mais velhos".<br /><br />Há grandes e, por vezes, abissais distâncias entre um jovem de 20 anos e os referidos à época dos anos 60, 70... Realmente, são diferentes, como bem colocou o autor. A questão não é apontar os pontos fracos dos jovens de hoje, os fortes daquelas gerações e sim, a meu ver, tirarmos lições do que foi ganho com o passado e apreender o significado das posturas destes jovens. Talvez haja uma mesma contestação, só que expressada de forma diferente... Em que medida, também, somos nós os responsáveis por esta apatia? <br /><br />Destaco uma crítica - sutil e elegante - feita pelo autor com relação ao sistema educacional. É imprescindível que os especialistas da área de Educação e a família se adaptem à nova realidade que cerca o jovem. Neste mundo onde a informação corre célere através da mídia, da Internet, particularmente, urge pensarmos todos um modo de encaixar valores éticos, um modo de se valorizar e preservar uma "consciência histórica" de si. Estabelecer pontes nestas distâncias que a cada dia parecem estar maiores... para que não se perca em nós mesmos e neles o sentido de tanta informação, para que não nasça o sentimento de que tudo é "normal" e tem o mesmo valor (como nos acostumam nos telejornais, onde ao lado de uma tragédia passa-se a um desfile de moda...). <br /><br />Muito interessante a observação do autor quanto à percepção do que é real ou virtual para os nossos jovens de 20 anos; mas vou além: já para as nossas crianças também! A morte real de milhões lhes chegam da mesma forma que um combate virtual onde eles derrubam os maus. As aulas, muitas vezes, não necessitam ser presenciais. Há até mesmo "consultórios" e escritórios on line. Cirurgias e julgamentos, em alguns casos, já são feitos através de uma câmera. A conversa com os pais, em algumas famílias, é mantida através do Messenger, do Orkut, por exemplo... As relações sexuais já não necessitam do toque e há mais amigos virtuais que de carne e osso... A contestação pode vir tanto sob a forma de assinaturas virtuais em petições on line, quanto - de uma forma desvirtuada - de ataques desrespeitosos, que denigrem a imagem alheia... <br /><br />É preciso sim que vejamos nestes jovens e em nós mesmos sobreviventes. Sobrevivem aqueles à impermanência; sobrevivemos nós à dissolução de um mundo hoje "retrógrado"... Aprendamos a estabelecer elos - virtuais, se preciso for; ajudêmo-los a criar elos reais... <br /><br />Eis o texto de Daniel Sampaio:<br /><br /> Citação <br /><br />VINTE ANOS<br /><br />Quando tinha vinte anos li num livro de Fernanda Botelho (já não me lembro qual...) : "Vinte anos, a idade mais bela da vida (dizem...)" e fiquei, durante muito tempo, a pensar naquele "dizem". Na altura, não tinha qualque dúvida sobre a glória dessa época da vida : passadas as inquietações da adolescência, podia fazer tudo o que me apetecesse __ estudar na Faculdade de Medicina de Lisboa, divertir-me com amigos e amigas e combater Salazar nos movimentos estudantis.<br /><br />Vivia-se uma época de grandes mudanças : as mulheres tinham abandonado a crença de que a maternidade e a gestão do lar seriam as suas únicas fontes de realização e começavam a estudar mais e a trabalhar fora de casa ; os filhos passaram a ser planeados através da contracepção e confrontavam-se com as dificuldades de muitos lares desagregados pelo divórcio ; a liberdade gritava-se na rua, nas barricadas do Maio de 68 ou na contestação à guerra do Vietname ; e a guerra colonial portuguesa, condenada em todas as instâncias internacionais, era mantida pelo autoritarismo da ditadura, obrigando muitos de nós a partir para uma luta sem sentido.<br /><br />Foi uma época intensa, que recordo com alguma nostalgia ; ter vinte anos nos anos 60 significava lutar pela paz, pela liberdade a todos os níveis e em todos contextos, colocar sempre a verdade nas relações, viver novas expriências-limite sem os constrangimentos do passado. Foi bom ? Foi muito belo ! Não importa que os eternos críticos responsabilizem os anos 60 pela educação liberal na família e na escola, transmitida aos filhos pelos jovens de há quarenta anos e causadora, para alguns, do excesso de gratificação e permissividade visíveis nas crianças de hoje : a verdade é que a influência da maneira de pensar e de agir dessa época foi decisiva em muitos sectores. O que torna o balanço final bem positivo, se a análise tiver objectividade já permitida pelo tempo que passou.<br /><br />E agora : o que significa ter vinte anos ? Impressiona verificar como tudo mudou e qualquer comparação não se justifica. As discussões actuais sobre se os jovens de hoje são melhores ou piores, ou se sabem mais ou menos coisas, carecem de sentido : são diferentes, e isso é que importa ter em conta.<br /><br />Ter hoje vinte anos significa sentir na pele a precariedade do emprego e a necessidade de estudar mais. Compreender à sua custa o conceito de globalização e o fim das fronteiras rígidas, porque ninguém sobreviverá com sucesso sem conhecer o mundo, com tudo do bom e do mau que hoje nos é mostrado a cada instante. Perceber o fim das utopias que tudo pretendiam explicar, mas ter a certeza de que novas formas de participação cívica estão agora ao alcance de um blogue ou de uma petição online. Saber que nada é previsível porque um ataque terrorista pode matar milhares na vida real, ao mesmo tempo que um jogo virtual permite "destruir", com um só gesto, todos os "maus" das nossas estórias.<br /><br />O mundo chega aos jovens de hoje através de um ecrã de um computador e a televisão tradicional em breve será para eles um objecto obsoleto, interessante apenas para pais e avós. Os seus ídolos são variados, e os seu gostos heterogéneos, porque o acesso à cultura já não depende apenas da transmissão dos mais velhos, chega-lhes por um sitio na internet ou pelo mail de um amigo.<br /><br />A geração-net (dos vinte anos de hoje) não contesta os valores da sociedade de consumo, como fizeram os seus avós nos anos 60. Não adere às utopias revolucionárias de 70, nem se deixa convencer pelas raivas de 90 : tenta sobreviver no caos à sua volta, lidar coma flexibilidade dso valores que os circundam, procurar um sentido. Ter uma boa casa e um belo carro, como aspiravam os seus pais «, não é agora um objectivo primordial : o que interessa é conquistar a autonomia que possibilite encontrar a sua via para a felicidade.<br /><br />Sempre conectados (iPod , MSN, SMS...), os jovens de hoje são capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo com toda a atenção__ aspecto que os professores ainda não entenderam: Como não sabem se o mundo alguma vez ficará mais estável, vivem cada momento e constroem os seus valores, mas o perigo está mesmo aí : ninguém sobrevive bem sem passado e sem referências.<br /><br />O desafio para os educadores de hoje consiste na transmissão do justo equilíbrio entre a expriência do passado e a verificação da novidade do presente, porque o tempo actual também é dos mais velhos.<br /><br />in : "Porque Sim" Daniel Sampaio<br />Ed caminho set/2009<br />Imagem de http://bloguilibri.wordpress.com/2009/06/27/porque-sim-daniel-sampaio/Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-49852650403398124382010-01-18T06:24:00.000-08:002010-01-19T02:44:51.106-08:00Europa fechada<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyjRkJslt_-KUKcN7qispZDgFy1ePWok-qGs26IRs3uDo9iZ0GhmX23o6nNjhxvx7TkR7Qh7c2UyTi9FKQrmq_t3X5J_l7Km4XsZj-cLtcqOHS5y4cgNyYpGfeM3Imd8kxsRaYGjTlYqQ/s1600-h/africa.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 297px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyjRkJslt_-KUKcN7qispZDgFy1ePWok-qGs26IRs3uDo9iZ0GhmX23o6nNjhxvx7TkR7Qh7c2UyTi9FKQrmq_t3X5J_l7Km4XsZj-cLtcqOHS5y4cgNyYpGfeM3Imd8kxsRaYGjTlYqQ/s320/africa.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428143109171781058" /></a><br /><div style="width:425px;text-align:left" id="__ss_2592392"><a style="font:14px Helvetica,Arial,Sans-serif;display:block;margin:12px 0 3px 0;text-decoration:underline;" href="http://www.slideshare.net/Beatris/europa-encerrada" title="Europa Encerrada">Europa Encerrada</a><object style="margin:0px" width="425" height="355"><param name="movie" value="http://static.slidesharecdn.com/swf/ssplayer2.swf?doc=europaencerrada-091126140117-phpapp02&rel=0&stripped_title=europa-encerrada" /><param name="allowFullScreen" value="true"/><param name="allowScriptAccess" value="always"/><embed src="http://static.slidesharecdn.com/swf/ssplayer2.swf?doc=europaencerrada-091126140117-phpapp02&rel=0&stripped_title=europa-encerrada" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="355"></embed></object><div style="font-size:11px;font-family:tahoma,arial;height:26px;padding-top:2px;">View more <a style="text-decoration:underline;" href="http://www.slideshare.net/">presentations</a> from <a style="text-decoration:underline;" href="http://www.slideshare.net/Beatris">Beatris Lopes</a>.</div></div><br /><br /><br /><br />"Parece bastante hipócrita a tenacidade com que a Europa procura evitar a chegada de imigrantes africanos, quando não são outra coisa que o resíduo patético das suas corridas coloniais de vários séculos.<br /><br />Esperará por acaso a Europa que depois de séculos a saquear a África despojando-a da sua cultura, dos seus recursos materiais e humanos, de injetá-la com a sua febre perniciosa de consumo, vai poder encarar o novo milênio como uma espécie de fortaleza artilhada e compacta em cujo interior todos são felizes enquanto que, no exterior, a fome e o desespero alastram?<br /><br />No conto de Edgar Allan Poe 'A máscara da morte vermelha' simboliza-se a futilidade da intenção do príncipe de se fechar no seu palácio a dar festas até que a peste passe.<br /><br />A morte acabou por entrar.<br /><br />A Europa é rica graças, essencialmente, a tudo o que levou da África. <br /><br />Por acaso esperais que os africanos famintos fiquem padecendo da miséria dos vossos latrocínios enquanto que as sociedades européias desfrutam dos altos níveis de qualidade de vida?<br /><br />Acreditais que é tolerável que quem os roubou, matou e violou centenariamente venha a pontificar-se e a dar-lhes lições sobre moral e direitos humanos?<br /><br />Não vos lembrais, ingleses, dos massacres do Kenya; os despojos na Rodésia?<br /><br />Não vos lembrais, franceses, o quanto roubastes em Dakar e na Costa do Marfim?<br /><br />Não vos lembrais, alemães, dos campos de concentração na Namíbia e dos crânios do povo guerreiro dizimado e que ainda conservais no Museu de Medicina de Berlim?<br /><br />Não vos lembrais, belgas, das vossas atrocidades no Congo? <br /><br />Não vos lembrais, portugueses, das vossas escavações depredadoras em busca do ouro de Angola, das vossas caçadas de escravos em Moçambique?<br /><br />Não foi a vossa cobiça e a vossa vaidade ridícula, europeus, que regou com tanto sangue de crianças inocentes os diamantes da Serra Leoa?<br /><br />E agora dai-vos ao luxo de repelir estas barcaças de desesperados, de encerrardes e de deportardes os fugitivos que chegam às vossas costas marítimas, porque até dão mal aspecto às vossas glamorosas praias mediterrânicas.<br /><br />Se a Europa fosse coerente com as suas próprias políticas de direitos humanos teria que acolher com os braços abertos todos os africanos e pedir-lhes perdão por todas as ofensas, oferecendo-lhes repartir aquilo que levaram de suas terras.<br /><br />E o mais curioso é que estes embandeirados pela angústia não pedem o que lhes pertenceria por direito.<br /><br />Apenas pedem as migalhas de uma esmola, vender bujigangas nas praças, entregar jornais ou lavar automóveis... e mesmo assim não os querem...<br /><br />É um espetáculo demasiado doloroso, demasiado triste que no centro da vossa grande civilização se mostrem os rostos obscuros das vítimas que o tornaram possível.<br /><br />A vossa cegueira é admirável, a vossa hipocrisia é criminosa, a vossa baixeza é formidável.<br /><br />Meditai longamente sobre o que estais a fazer, europeus.<br /><br />Vós, que fizestes história, seríeis demasiadamente estúpidos se esquecêsseis o que aprendestes. <br /><br />Todo o poder de Roma não impediu a sua queda às mãos dos bárbaros famintos da Germânia e do Tártaro.<br /><br />Toda a majestade da Britannia se baixou sem atenuantes perante as massas hindus lideradas por um homenzinho de aparência insignificante mas com um grande coração.<br /><br />Despertai do vosso sonho torpe e da vossa fantasia narcótica.<br /><br />O mundo ruge desesperado à vossa volta.<br /><br />Quanto mais tempo pensais que podereis fingir não ouvir?<br /><br />A Europa deseja permanecer fechada enquanto que uma África saqueada se dessangra... como a América Latina... como o Oriente de segunda...<br /><br />Não se pode aceitar que tanta beleza nas artes tenha surgido de corações tão duros...<br /><br />Seguramente a Europa abrirá o seu coração, as suas portas...<br /><br />Seguramente aprenderemos algum dia a tratar todos os seres humanos como iguais, porque se não for assim, estaremos aceitando os distintos genocídios ocorridos ao longo da história como feitos normais..."<br /><br />(Texto recebido por email; desconheço a autoria)<br />Imagem de http://eudesenholetras.files.wordpress.comUnknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-20241559763247371432009-12-18T02:31:00.000-08:002009-12-18T02:51:47.735-08:00A carta do Zé da Roça para o Luís da cidade...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsgx-SYWHIgpNCmOHmaqfT-gVxw_b-iLnZcC_bZWwBWQEJFNHq56JhxIdMLUWTL3m8q76RUpLuwEEAUPWv3n2O-jWi-YgtVQewtGObvXqWREixJFwMM5tW2v6PDecD47zdNTEe9CBM5WE/s1600-h/caipira2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 310px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsgx-SYWHIgpNCmOHmaqfT-gVxw_b-iLnZcC_bZWwBWQEJFNHq56JhxIdMLUWTL3m8q76RUpLuwEEAUPWv3n2O-jWi-YgtVQewtGObvXqWREixJFwMM5tW2v6PDecD47zdNTEe9CBM5WE/s320/caipira2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5416524036220242194" /></a><br /><br />A PURA E DURA FATALIDADE QUE OCORRE COM O VERDADEIRO PEQUENO PRODUTOR RURAL... VALE A PENA LER!!!<br /><br />"Luis, quanto tempo!<br /> <br />Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão, por isso o sapato sujava. <br />Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormir já era mais de meia-noite. <br />De madrugada pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra, né Luis? <br /> <br />Pois é. Estou pensando em mudar para viver aí na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. <br /> <br />Tô vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente. <br /> <br />Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar), fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro de uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança. <br /> <br />Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis? <br /> <br />Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né ...) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana, aí não param de fazer leite. Os bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário? <br /> <br />Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra, né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca. <br /> <br />Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom, Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudí-lo. <br /> <br />Depois que o Juca saiu, eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, aí eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia,isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora. <br /> <br />Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros . Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não vai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, aí quando vocês sujam o rio, também pagam multa grande, né? <br /> <br />Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios aí da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado. <br /> <br />Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa. <br /> <br />Fui no escritório daqui pedir autorização; como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo, aí eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso. <br /> <br />Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado, eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia.. Vou para a cidade, aí tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos. <br /> <br />Eu vou morar aí com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês é só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca, é só abrí a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça. <br /> <br />Até mais, Luis. <br /> <br />Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta em papel reciclado pois não existe por aqui, mas aguarde até eu vender o sítio". <br /> <br />*(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.) * "Na prática, a teoria é outra." <br /><br /> <br /> ( RECEBI POR EMAIL, DESCONHEÇO O AUTOR )Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-75275055729901023482009-12-17T02:00:00.000-08:002009-12-17T02:20:57.082-08:00Nojo...<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/xuaRqvzX5jY&color1=0xb1b1b1&color2=0xcfcfcf&hl=pt_BR&feature=player_embedded&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowScriptAccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/xuaRqvzX5jY&color1=0xb1b1b1&color2=0xcfcfcf&hl=pt_BR&feature=player_embedded&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowScriptAccess="always" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />"Pai, eu quero te agradecer por estarmos aqui, sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos, mas é o Teu sangue que nos purifica de todo o pecado.<br /> <br />Pai, nós somos gratos pela vida do Durval ter sido instrumento de bênção para nossas vidas, para essa cidade, porque o Senhor contempla a questão no seu coração. Tantas são as investidas, Senhor, de homens malignos contra a vida dele, contra nossas vidas.<br /> <br />Nós precisamos dessa Tua cobertura e dessa Tua graça, da Tua sabedoria, de pessoas que tenham, Senhor, armas para nos ajudar nessa guerra. E acima de tudo, Senhor, todas as armas que podem ser falhas, todos os planejamentos podem falhar, todas as nossas atividades, mas o Senhor nunca falha.<br /> <br />O Senhor tem pessoas para condicionar e levar o coração aonde o Senhor quer. A sentença é o Senhor que determina. O parecer, o despacho é o Senhor que faz acontecer. Nós precisamos do livramento da vida do Durval, dos seus filhos, dos seus familiares, ó Pai. Vem dar a vida, Senhor, ao Durval, toma a minha vida.<br /> <br />Nós precisamos de uma cidade diferente. O Senhor tem uma cidade diferente para nós. Tu tens um novo tempo para nós e a tua palavra diz: “pede que eu te darei” e eu creio na tua palavra.<br /> <br />O Senhor é verdade, o Senhor é nossa justiça, o Senhor é aquele que abre as portas. <br /> <br />Meu Deus, a tua palavra diz que serão envergonhados, que serão constituídos em nada aqueles que se levantarem contra nós.<br /> <br />O Senhor um dia pegou um rei, um rei chamado Nabucodonosor, fez ele pastar, comer capim para entender que o Senhor prevalece. <br /> <br />Meu Deus, nós estamos sendo alvo de impiedades. Eu quero entregar o Arruda nas tuas mãos. Eu quero entregar essa equipe ímpia, má, nas tuas mãos. Meu Deus, dá um jeito nessa situação. Tira esses homens do nosso caminho. <br /> <br />Faze-o Senhor crescer e ter a tua bênção. <br /> <br />É o que oramos em nome de Jesus".<br /><br />Aqui aparecem o deputado Rubens César Brunelli Junior (partido PSC e da Igreja Casa da Bênção),o secretário Durval Barbosa e o presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (partido DEM e da Igreja Sara nossa Terra). Todos envolvidos no escândalo protagonizado pelo governador José Roberto Arruda.<br /><br />Esta cena é pior que aquela dos vendilhões do Templo... Iria faltar chicote para Jesus...<br /><br />No Evangelho de Mateus (Cap. 21, 12-17) Jesus expulsa do templo os vendilhões, dizendo: “A minha casa será chamada casa de oração, mas vós fizestes dela um covil de ladrões”.<br /><br />“Chegaram pois a Jerusalém. E havendo entrado no templo começou a lançar fora os que vendiam e compravam no templo: e derrubou as mesas do banqueiros e as cadeiras dos que vendiam pombas.<br /><br />( … ) E Ele os ensinava dizendo-lhes: Porventura não está escrito que a minha casa será chamada casa de oração entre todas as gentes? E vós tendes feito dela covil de ladrões”. “E, feito um açoite de cordéis, lançou fora do templo, também os bois e as ovelhas, espalhou o dinheiro dos mercadores e derrubou as mesas”.<br /><br />“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas (Mateus, 23:14); “serpentes, raças de víboras” (Mateus, 23:33); “escribas e fariseus hipócritas, sois semelhantes aos sepulcros caiados, que aos homens parecem belos por fora e por dentro estão cheios de ossos mortos e de toda a asquerosidade” (Mateus, 22:27-28).Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-54695595804788157362009-12-14T12:44:00.000-08:002009-12-14T12:48:35.567-08:00Sobre natais e fins de ano...Hoje baseio minha reflexão em uma poesia de meu amigo Alexandre Simas e em um video produzido por meu amigo António Bordalo. Que video belíssimo... confesso que me emocionei... Sua leitura da realidade de milhões, isolados e relegados ao abandono, sua mensagem final de esperança é de uma profunda sensibilidade... Já a poesia de Alexandre é um olhar crítico sarcástico, ferina/irônica fala poética que retira a casca de uma ferida mal cicatrizada, nos remetendo às incongruências de um discurso que não nos diz respeito: há um Natal de hábitos exóticos, uma "tradição" importada e imposta de neves e chaminés, de absurdos casacos e meias de lã... num país tropical... Ambos, poesia e video se complementam...<br /> <br />OUTRO NATAL<br /> <br />Sonhamos com neve sobre o telhado<br />Em pleno verão tropical<br />Papai Noel escorregando por chaminés<br />Em pleno verão tropical<br />Pinheiros nevados aterrados em presentes<br />Em pleno verão tropical...<br />... No país do eterno amanhã<br /> <br />Mesa farta de tâmaras, morangos, avelãs<br />Maçãs, figos, pêssegos, cerejas, nozes...<br />No país do caju, da manga, do abacaxi<br />Da goiaba, da banana, do açaí, do cupuaçú<br />Da graviola, da pupunha, do tucumã...<br /> <br />Lá fora uma redonda e cheia lua enfeita<br />Um céu de mil estrelas que pululam tal qual<br />Balé de vaga-lumes sob um azul quase negro<br />Embalando o hipnótico sentimento de<br />Solidariedade em cuja parede pendura-se<br />O quadro da hipocrisia, pintado com as cores<br />De nossa cega estupidez, quase irmã<br /> <br />Orgulhosos, distribuímos nossas migalhas<br />Aos pobres desafortunados...<br />Tão ou mais ricos dos nossos mesmos sonhos...<br />... Até acordarem pela manhã<br /> <br />Com a chegada dos soturnos dias de Janeiro<br />E junto com eles todas as lágrimas da terra<br />Recomeçando o drama da nova espera<br />Das caridades do próximo natal<br />Único dia no ano que a maioria das almas...<br />... Enxerga sua irmã (Alexandre Simas Costa )<br /> <br /> <object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/3S5FXxZWZbc&color1=0xb1b1b1&color2=0xcfcfcf&hl=pt_BR&feature=player_embedded&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowScriptAccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/3S5FXxZWZbc&color1=0xb1b1b1&color2=0xcfcfcf&hl=pt_BR&feature=player_embedded&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowScriptAccess="always" width="425" height="344"></embed></object> <br /> <br /> <br />Esta é a época da ostentação de fartura e brilho na pequenez e escuridão de muitos lares (?)... da ilusão de que uma reunião anual transforma em família o que não passa de uma obrigação social... Esta é uma época em que as disparidades sociais mais se evidenciam: convivem lado a lado nos shopping centers aqueles que se alimentarão em excesso e aqueles que se sentiriam gratos pelas sobras dos banquetes, aqueles que se endividam para servir banquetes e aqueles que nada têm para por à mesa...<br /> <br />Esta é a época em que se tenta fazer as pazes com a consciência na distribuição de esmolas do que já não nos serve mais... e a mão esquerda sabe o que fez a direita...<br /> <br />Esta é a época dos apelos à fraternidade, do início dos endividamentos... Nesta época incomoda-nos a mensagem escancarada de simplicidade que o nascimento de Jesus evoca; nesta época dâmo-nos conta de que somos todos de uma única espécie e enxergamos no outro um irmão... mas esquecemos depressa demais e após a pausa do cessar fogo no primeiro dia do ano, lá vamos de novo - a empunhar nossas armas para garantir e relembrar nossas diferenças... Com os bolsos menos cheios, os corpos mais gordos das intermináveis sessões de gula, os cartões de crédito a nos darem as boas vindas ao novo ano...<br /> <br />No dia 26 de dezembro já estará vazio novamente o prato daquele que tão caridosamente enchemos com o que sobrou de nossa ceia; já nos desviaremos novamente do olhar marginal da pobreza; o brilho das luzes faiscantes já terá sido prejudicado pela queima de muitas lampadazinhas; os brinquedos já foram comparados, já foram mostrados e já terão perdido seu encanto de novidade...<br /> <br />Esta é a época dos balanços externos e internos; se aqueles quantificam os lucros e deficits relacionados ao nosso trabalho, nossas atividades comerciais, estes apontam os ganhos e perdas reais qualitativos de nossos relacionamentos, nossos investimentos na conta bancária de nós mesmos enquanto seres humanos. Nesta época, comumente olhamos para os 365 dias que vivemos e, às vezes, dâmo-nos conta de que simplesmente esquecêmo-nos todos de vivê-los por completo... Engolimos apressados os dias, dia após dia culpando a falta de tempo para colocar em prática as nossas promessas de fim de ano...<br /> <br />Porque é comum nesta época um certo sentimento de tristeza, uma nostalgia de tempos de infância? Coloridos, lá estão em nossa memória os tons da afetividade sadia de uma família traduzidos em risos, cheiros de assados no forno, impaciência de crianças na expectativa de sonhos, luzinhas, sinos e cânticos... Talvez, em parte, porque crescemos todos e a magia se perdeu em alguma loja onde vimos nosso presente ser comprado... Talvez isso começou quando passamos a rir daqueles que acreditavam em Papai Noel ou quando descobrimos que não havia Natal em todas as casas... ou quando pensamos que a mensagem natalina é muito bonita, muito profunda, mas impraticável no dia-a-dia de nossa correria: descobrimos que há mais lobos e ovelhas do que homens no mundo! Talvez porque a desigualdade e as injustiças sociais sejam um problema que deliberamos transferir para as mãos do Governo, para as instituições, pois as nossas próprias mãos já estiveram muito ocupadas 365 dias no ano... Talvez porque preferimos lavar as mãos... talvez porque um dia perdemos nossa inocência e, ao invés de brincarmos juntos, passamos a temer que os nossos brinquedos pudessem ser roubados...<br /> <br />Esta é uma época que deveria ser melhor aproveitada. Deveríamos refletir sobre o porquê de sentirmos todos em meio à alegria dos fogos um certo vazio interior que insiste em nublar o céu de nossos propósitos e promessas. Deveríamos pensar mais no porquê de tanta mutilação a nós mesmos e ao outro na busca desenfreada de um status que prioriza o ter à revelia do ser...<br /> <br />Que neste Natal possamos doar bem mais que nossas sobras: doemos de nós mesmos! De nossa amizade, nossos ouvidos, nosso olhar! Que nossa boca sirva à denúncia, que nossos atos testemunhem nossa responsabilidade social, que nossas mãos distribuam mais que alimento, que afaguem e se prestem à solidariedade comprometida! Que nossos saberes sejam usados na construção de pontes a unir homens e não interesses econômicos! Que nossas armas sejam a Razão, a Ciência, a Literatura, a Música, as religiões postas a serviço do homem e não a seu desfavor! Que sejam instrumentos de união e não de fratricídios, de exclusões sociais, de disseminação de falácias, de ideologias alienizantes, de lógicas aplicadas à segregação, à justificativa da dominação de muitos por alguns...<br /> <br />Que nossas famílias possam se sentir unidas e não se limitem suas reuniões ao sentimento de uma obrigação social; que o presente mais valioso que possamos dar aos nossos filhos (e que eles esperem receber) esteja desvinculado de um valor monetário; que o alimento que oferecermos sacie o outro de uma fome moral; que não se sinta humilhado aquele que recebe, nem se envaideça o que doou; que cumpramos os nossos prometidos se promoverem nosso aprimoramento pessoal; que vivamos realmente os dias do novo ano; que paremos de ser hipócritas, que deixemos nossa inércia, que enxerguemos o que se passa a nossa volta e paremos de tropeçar nos obstáculos criados por nossa própria pequenez!<br /> <br />Esta época traz-nos mais uma oportunidade de resgate, de construção e reconstrução de valores. A Mensagem está a cada dia mais se enfraquecendo, pois já não lhe damos valor... Aproveitemos todos esta época que nos sugere que o mal estar que sentimos deve-se à nossa falta de comprometimento com o essencial... Mais que aquele do qual Exupéry disse ser "invisível aos olhos", o essencial é por vezes tangível: esbarramos nele a cada dobra da esquina, a cada vez que ligamos a TV e ouvimos os noticiários, a cada vez que sabemos que o aroma de nossa mesa farta chega pelo vento - apesar de nossos muros - ao casebre de alguém que tem fome..., a cada vez que sabemos do injusto e cruzamos nossos braços.<br /> <br />De nada servem os apelos sentimentais se os esquecemos tão céleres após a ressaca dos nossos excessos no dia seguinte...Soam tão longínquos como a neve, as frutas exóticas e caras, as meias de lã e as chaminés por onde entrará um Papai Noel que não se suja... Para que tenhamos realmente um "Feliz Natal" é urgente não esquecer que somos responsáveis pelo Natal feliz do nosso "inimigo"; para que exista realmente um "feliz Natal" é urgente saber que a Mensagem também se aplica a ele e, só se efetiva na prática, quando já não há mais "inimigos"... Para que existam felizes natais é necessário nos desvincularmos da ideia assistencialista que promove campanhas sazonais e imediatistas e se dê incentivo às reais condições de melhoria de vida (emprego digno, educação e saúde de qualidade, por exemplo) da população.<br /> <br />É necessário entender que a fome aplacada de hoje voltará amanhã, e também, que no final do ano que vem poderá voltar aquele sentimento de vazio interior ao qual me referí... Porque mascaramos todos as reais necessidades, já estarão nossas crianças a desejar outros brinquedos (talvez nem esperem este dezembro terminar...), continuarão nas ruas os marginalizados sociais, estaremos nos preparando todos para novos endividamentos com gastos supérfluos, proporemos novamente mudanças interiores e nos encheremos de ânimo para cumprir velhas promessas... Até quando? Pensemos todos nisso. Deixo a todos um sincero e fraternal abraço de Natal... de um real e feliz Natal para todos os homens. E que venha 2010! E que nos encontre a todos despertos! <br /> <br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEe-86a5-Fi0ro-DRRWRXHN5jSttUMiPyd1SvqBYUtNSi4Fa7f4kJ2RklafBCm3Ki1S6O4FAs_JAJcAnLjPTSbSLoP2MRE0bvg-4tTYBdEwAubmstdEFz-YX1veQAOQOwWmaUJozxyjhU/s1600-h/-000.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 258px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEe-86a5-Fi0ro-DRRWRXHN5jSttUMiPyd1SvqBYUtNSi4Fa7f4kJ2RklafBCm3Ki1S6O4FAs_JAJcAnLjPTSbSLoP2MRE0bvg-4tTYBdEwAubmstdEFz-YX1veQAOQOwWmaUJozxyjhU/s320/-000.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5415196183536780130" /></a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-82459569442649784422009-12-10T04:01:00.000-08:002009-12-10T04:05:21.356-08:00A visão de um diplomata português sobre as relações entre Brasil e Portugal<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW-WlK5Lpkr9AslNLyBZ7Mzc9qQYcWSr7oX21joLTRlgvzgJk0pCgx1YQl1smKnic5y14DFn6OSE5kg_IVAiP3j0r9e7-0Nto5GkJC7TRwOSg32LUp3gGNA56ryetu7q8rzke9YfIJW4k/s1600-h/200px-FranciscoSeixasdaCosta.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 254px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW-WlK5Lpkr9AslNLyBZ7Mzc9qQYcWSr7oX21joLTRlgvzgJk0pCgx1YQl1smKnic5y14DFn6OSE5kg_IVAiP3j0r9e7-0Nto5GkJC7TRwOSg32LUp3gGNA56ryetu7q8rzke9YfIJW4k/s320/200px-FranciscoSeixasdaCosta.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5413577318206425090" /></a><br />Trago hoje para a apreciação de meus amigos este texto irretocável, misto de memórias e profundo olhar crítico, de olhares acerca das relações Brasil/Portugal, de um homem fantástico que o Brasil teve a honra de conhecer: FRANCISCO SEIXAS DA COSTA, diplomata, ex embaixador de Portugal no Brasil, atualmente embaixador de Portugal na França. Este texto foi transcrito de um dos blogues do próprio Francisco ( http://ou-quatro-coisas.blogspot.com/2009/12/tanto-mar.html).<br /><br />TANTO MAR?<br /> <br />Um fim de tarde de 1989, com o sol a pôr-se ao fundo da montanha, encontrou-me na praça central de Ouro Preto. Olhando em volta, entre a rua Direita e a do Ouvidor, apercebi-me, pela primeira vez, que uma parte de nós mesmos, dos portugueses, ficou para sempre por ali, por mais cantado que agora seja o sotaque, por muito distante que o nosso próprio mundo agora possa estar. Essa imagem ficou-me gravada na memória e atravessou comigo os anos. <br /><br />Passou-se mais de década e meia antes de eu regressar ao Brasil e antes de perceber – de novo no casario de Ouro Preto, mas também no silêncio nobre de Alcântara, no bulício africano do Pelourinho de Salvador ou nas esquinas apressadas do centro do Rio – que, verdadeiramente, só se pode entender bem o que Portugal é, e não apenas o que Portugal foi, depois de mergulhar no Brasil.<br /><br /><br />A comoção de entrar no forte Príncipe da Beira, de tropeçar nos nossos vestígios em Nova Mazagão, de lembrar os Açores em Ribeirão da Ilha, de ficar esmagado pela monumentalidade do Real Gabinete do Rio, de fixar a decadência serena da Beneficência Portuguesa em Belém, de sentir o cheiro forte das lojas de tudo, frente ao mercado de Manaus – tudo isso é preciso para que se prolongue em nós a interrogação, sem resposta, sobre o que é, afinal, ser português no mundo. Não se é português porque se nasceu em Portugal. É-se português pelo somatório das viagens que outros fizeram por nós, dos que foram e voltaram cheios de histórias mitificadas das Pasárgas que poderiam ter tido, mas também dos que não voltaram, dos que “queimaram as caravelas” e se entregaram aos novos mundos que fizeram seus.<br /><br /><br />O Brasil é o nosso álbum de memórias de um passado que é deles – não foram os nossos antepassados que colonizaram o Brasil, foram os antepassados dos brasileiros –, mas no qual não conseguimos deixar de nos sentir eternos figurantes no cenário de fundo. Às vezes, nessas encruzilhadas de paisagem que nos acordam um Portugal que, afinal, nunca conhecemos, foge-nos o pé patriótico para a tentação nostálgica da glorificação da gesta conquistadora, sem nos apercebermos que a face verdadeira da nossa glória, mais do que o saldo complexo da aventura colonial, está bem mais próxima de nós, está aqui nesta página, está nesta língua que nos une e cujas diferenças muito humanamente nos separam.<br /><br /><br />Ao longo de quase quatro anos no Brasil, coloquei sempre duas questões a mim mesmo: o que é hoje o Brasil para Portugal? E Portugal para o Brasil? Não sei se obtive ou obterei alguma vez a verdadeira resposta, mas ouso arriscar a minha.<br /><br /><br />No imaginário tradicional português, a independência do Brasil permanece como que se uma “jangada de pedra” se tivesse um dia afastado, num arroubo de um príncipe que transpirou a vontade de muitos, nela criando uma nação que éramos nós em sorridente, com mais música e alegria e com riqueza fácil à mão.<br /><br /><br />Os “brasis” foram sempre uma espécie de miragem para quem, em Portugal, sentia a aventura nas veias, para quantos, por ambição ou angústia, se decidiam a partir, muitas vezes sem o saber, para sempre. Para os portugueses, o Brasil era um destino muito diferente do de África, era mais acolhedor, menos perigoso e misterioso, algo mais próximo. Do outro lado do Atlântico, todos encontrariam um primo, uma afeição, uma hipótese para refazer a vida. Os que voltavam, traziam consigo como que um estranho vírus tropical de afectividade, um jeito informal e bizarro, uma forma de estar a que, por vezes, se associava uma ideia de inconstância ou de ligeireza. Mas o Brasil foi e permaneceu sempre, no sentimento profundo de muito portugueses, o último reduto da esperança, na busca por um melhor destino ou na luta pela liberdade. Ou um mero local de refúgio, a fronteira limite de uma mudança, como a casa de um familiar que nos acolhe numa crise de vida.<br /><br /><br />Pelo Brasil, durante largas décadas, muitos e muitos milhares de portugueses fizeram um trabalho árduo, geraram riquezas, às vezes para si próprios, quase sempre constituíram famílias que os “abrasileiraram”, foram leais a quem os acolheu bem, tornaram-se brasileiros de coração. Mas sempre cuidaram em guardar a memória dos vilarejos pobres de onde haviam partido e em alimentar, à sua maneira, o orgulho do país de que, sem o saberem, foram sempre os mais lídimos embaixadores. Por aqui ergueram instituições magníficas, deram lições de solidariedade e, na sua esmagadora maioria, tornaram a palavra seriedade como sinónimo de ser português no Brasil. E esse seu patriotismo sem baias levou a que, ironicamente, muitos acabassem por se identificar com o regime que, em Portugal, lhes não soube dar condições para poderem exercer esse direito natural que é cada um poder construir uma vida decente e próspera, sem ter, necessariamente, de sair do lugar onde nasceu.<br /><br /><br />Com o tempo, o Brasil mais verdadeiro, já não o Brasil virtual levado pelos “torna-viagem”, foi-se aproximando de Portugal e a sua imagem tornou-se-nos mais nítida: com a sua música eterna como fundo, servida por um “português com açúcar”, consumíamos as latas da goiabada e as resmas de “Cruzeiros” e “Manchetes” que os primos nos mandavam pelos natais. Nas suas páginas, como nos cantos do Juca Chaves e, mais tarde, do Chico Buarque, fomos aprendendo que, afinal, também por lá havia “amigos da onça”…<br /><br /><br />Amado, Veríssimo, Bandeira, Vinícius e tantos outros fizeram parte do mundo íntimo de muitos de nós. As novelas ensinaram-nos, com espanto, que o brasileiro também chorava – nem sempre sorria, nem tudo era carnaval e futebol. E percebemos melhor porquê, com a face patibular da ditadura militar a trazer-nos os exilados que encontrávamos por noites de Lisboa, onde vinham partilhar os cravos da festa do nosso contentamento. Com a liberdade já a passar por aqui, o Brasil foi-se definindo melhor aos nossos olhos – um país ambicioso, optimista, sempre “cordial” para quem lhe falava na língua quase comum. E, a cumular tudo isso, uma sociedade que procurou o caminho da reconciliação consigo própria, transformando-se numa democracia plena, que a atenuação das desigualdades reforça no dia-a-dia.<br /><br /><br />A prosperidade de uns tempos felizes trouxe os portugueses para as praias do Nordeste, onde aprenderam a apreciar a amenidade das gentes e se deliciaram com a descoberta de um “país sempre em férias”. Outros, mais engravatados nos negócios da modernidade, davam bom uso aqui aos capitais do novo ouro europeu, surpreendendo quem julgava que o português era prisioneiro eterno do bigode, do jeito fadista ou da postura seráfica, oscilando entre o bacalhau e a sardinha.<br /><br /><br />É que o imaginário do Brasil construiu-nos, pelos tempos, à semelhança de um imigrante-cliché, eternamente fixado na simplicidade do seu passado, rígido nos modos, linear na expressão, caricatura posta a jeito para a anedota fácil. Temos que saber entender que a “anedota do português”, quase sempre uma benigna erupção de alergia anti-colonial, é também, muitas vezes, um sintoma remanescente de alguma lusofobia, essa doença infantil da brasilidade que se espalhou por todo o século XIX e que parece ter deixado ainda uma marca residual em alguns sectores académicos e sociais contemporâneos. <br /><br /><br />Com o seu mundo a mudar, o brasileiro mudou-se para o mundo e arribou a Portugal em doses maciças, desaguando num país do tamanho de Pernambuco e com a população do Paraná. A crise dos dentistas havia revelado que algum Brasil nos sentia ingratos. Sou dos que entendem que a onda recente de brasileiros, esse teste definitivo à nossa apregoada tolerância, pode dar sangue novo às nossas relações e contribuir para que, no Brasil, a imagem de Portugal se cole mais ao país que hoje realmente somos, um retrato eventualmente não tão inocente e bastante mais real, do que temos de bom e de mau. E com o turismo, que agora é também a partir de cá, a aproveitar a imensidão de voos da TAP, quero crer que os brasileiros vão, em poucos anos, entender o que nós já sabemos por aqui de há muito – que é possível estar no estrangeiro sem, verdadeiramente, deixar de nos sentirmos em casa.<br /><br /><br />Mas, também do nosso lado, Portugal vai ter de aprender alguma coisa mais. Vai ter de perceber, de uma vez por todas, que a sua relação com o Brasil tem uma assimetria inescapável e eterna. Para nós, o Brasil “é” português, é uma “criação” nossa e, por isso, crises à parte, ser pró-brasileiro em Portugal é a opção mais natural e óbvia, salvo na mediocridade xenófoba e minoritária de alguns “pixadores” anónimos dos muros da nossa própria imagem. <br /><br /><br />Ora o Brasil é muito mais do que o que Portugal por aqui deixou, é uma sociedade onde africanos, alemães, japoneses, árabes, italianos e tantos outros se projectaram e ajudaram a construir um fantástico país, no qual livremente cultivam, sem qualquer pressão uniformizadora, as suas memórias e tradições. Por essa razão, porque não têm galos de Barcelos ou caravelas quinhentistas na sala, nada os obriga a reverenciar uma “terrinha” de onde não vieram os seus antepassados, de onde talvez só apreciem o bolinho de bacalhau ou o pastel de Belém, lugar de Lisboa que aliás não sabem muito bem onde fica – no que estão no seu pleníssimo direito. Por isso, quando a grande maioria de nós, portugueses, se junta a amigos brasileiros para apoiar, sem hesitação, o “escrete canarinho”, durante as “copas” por esse mundo fora, não devemos esperar uma retribuição idêntica. Temos de acordar para a realidade de que, em Blumenau, é a selecção alemã a escolhida ou que, na Móoca paulistana, a squadra azzura terá sempre preferência, pelo que a sorte do “time” português lhes será provavelmente indiferente, em especial depois da saída de Felipão.<br /><br /><br />Quem, em Portugal, não entender isto, não vai conseguir entender nunca o Brasil. O que não significa que nos não reste ainda muito em comum, a começar pela tolerância que permite esta sã convivência de culturas e pessoas – essa sim, uma das duas valiosas heranças que por aqui deixámos. A outra é a língua, soando diferente aos ouvidos, mas que liga ambos os países a outros continentes e que se procura agora evitar que se afaste na sua forma escrita, para melhor nos servir na nossa afirmação individual e colectiva pelo mundo.<br /><br />Termino com duas constatações que são hoje as mais óbvias das ideias que formei no Brasil.<br /><br />A primeira é que ter sido diplomata português no Brasil foi um privilégio que não trocaria por nenhuma outra experiência.<br /><br />A segunda é que Chico Burque não tem razão: já não há 'tanto mar' a separar o Brasil de Portugal.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-64629267054096589812009-12-07T07:54:00.000-08:002009-12-07T07:59:01.964-08:00Campanha Ficha Limpa<object width="445" height="364"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Irs8X_h6REg&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b&border=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Irs8X_h6REg&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b&border=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="445" height="364"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-54021180689333316622009-12-07T02:42:00.000-08:002009-12-07T02:45:11.991-08:00Sobre o Povo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjahs8ocEbFuj1QcL7KiVJBbu4ddoVP_Mix69n1IkdCsxmcUGYwlxCl0YchP-9OiJIuDfqIonZuq87-VzcoQV38oHH4iTfHh-VNgZAuNu40qZMyyyjJK-E9hU0LYk030ZQfdNsW_4sTtTQ/s1600-h/cora_coralina.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 260px; height: 256px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjahs8ocEbFuj1QcL7KiVJBbu4ddoVP_Mix69n1IkdCsxmcUGYwlxCl0YchP-9OiJIuDfqIonZuq87-VzcoQV38oHH4iTfHh-VNgZAuNu40qZMyyyjJK-E9hU0LYk030ZQfdNsW_4sTtTQ/s320/cora_coralina.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5412443435462937362" /></a><br />Há uma poesia belíssima de Cora Coralina intitulada ORAÇÃO DO MILHO. Ao lê-la preparei esta reflexão.<br /> <br />ORAÇÃO DO MILHO<br /> <br />Senhor, nada valho!<br />Sou a planta humilde dos quintais e das lavouras pobres.<br />Meu grão perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada.<br />Ponho folhas e hastes e se me ajudardes, Senhor, mesmo planta de acaso solitária, dou espigas e devolvo, em muitos grãos, o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou.<br />Sou a planta primária da lavoura, não me pertence a hierarquia tradicional do trigo e de mim não se faz o pão alvo universal.<br />O Justo não me consagrou o pão da vida, nem lugar me foi dado nos altares.<br />Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra onde não vinga o trigo nobre; sou de origem obscura e de ascendência pobre, alimento dos rústicos e animais de jugo.<br />Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques coroados de rosas e espigas; quando os hebreus iam em longas caravanas buscar na terra do Egito o trigo dos faraós; quando Rute respigava cantando nas searas de Booz e Jesus abençoava os trigais maduros, eu era apenas o Bró, nativo das tabas ameríndias.<br />Fui o angú pesado e constante do escravo na exaustão do eito.<br />Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.<br />Sou a farinha econômica do proletário; sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha.<br />Alimento de porcos e do triste mu de carga, o que me planta não levanta comércio, nem avantaja dinheiro.<br />Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis,<br />Sou o cocho abastecido donde rumina o gado,<br />Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece,<br />Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos,<br />Sou a pobreza vegetal agradecida a vós, Senhor, que me fizestes necessário e humilde.<br />Sou o milho!<br /> <br /> <br />Lendo esta belíssima criação de nossa Cora Coralina, não conseguí evitar uma associação entre o milho e o povo. Acostumâmo-nos a singularizar pessoas e não povos. A História é feita de nomes: alguns odiados, outros memoráveis, nomes estes oriundos do anonimato, geridos na multidão de sem nomes...<br /><br />Ao povo cabe o múnus de ora forjar heróis, ora mártires... Dele saem as forças armadas ou os voluntários da ajuda humanitária ao modo de um supra povo...<br />Ah, esse povo que elege seus líderes e se verga sob o peso do esquecimento daquele que alçou ao poder... Esse povo cheio de fé e boa-fé que coloca sua vida - orações vivas - no altar dos dias...de trabalho...todos os dias ao levar à mesa, por vezes, mirrado, seco pão temperado de suor que alimentará um novo líder... Povo que vota como quem diz "eu confio em você, você saiu de mim"... e se queda triste qual mãe a se entristecer com a ingratidão do filho...<br /><br />Em cada batalha da História, em cada guerra que ainda hoje se trava - povo contra povo -, quantas vidas ceifadas para que a certeza de um povo se imponha em suas verdades ou mentiras , para que um povo se perpetue em seus avanços e recuos... Povo-alimento dos grandes nomes, "fartura generosa e despreocupada" dos grandes feitos...segue o povo no anonimato tecendo a História, imolando-se e tornando-se cinza de corpos sem medalhas ou condecorações, sem constar dos livros de História...<br />Povo que se insurge, por vezes, em revolta; povo às vezes expulso, refugiado em outros povos, emigrante forçado: é o Estado voltando as costas a quem o criou, à semelhança de pai a expulsar o filho de casa... Povo que é braços, pernas, pés e mãos, corpo que alimenta o cérebro da Nação...<br /><br />Esse povo "que põe folhas e hastes" em qualquer pedaço de chão retribui com "espigas" e muitos novos, heterogêneos grãos à terra de homens... Povo que canta, dança e rí esquecendo suas tristezas, que tem orgulho de ser povo na alegria de seu folclore, de suas lendas, de seu saber "não científico" e, que se entristece com as armas, com os novos hábitos, com a incompreensão de outros povos, com o jeito do Futuro se impor...<br /><br />Povo que não quer deixar de ser povo... que entende da sua "humildade e necessidade"...que sabe cantar - qual galos - a alegria de gerar nomes; que alimenta com fartura de risos e amor aquele que com suas palavras e atos alimentará sonhos de povos...<br /><br />Povo que, por vezes, envereda por caminhos que não escolheria...se pudesse. Povo que se dilui em outros povos e vê triste e impotente a destruição de sua cultura... povo que retribui enriquecendo a cultura que os absorveu...<br /><br />Ao pensar em "povo", penso em mim. Nada tenho da singularidade que me destacaria do povo. Cabem-me todas as palavras da poetisa e, dou-me conta, agradecida, de que minha "humildade" é essencial e necessária. Sim, sou mesmo a planta comum e forte a lançar meus grãos-mensagens neste chão - ora fértil, ora estéril ... Da hierarquia do "trigo" nem cogito...sou planta hibridizada por beija-flores... fortes-frágeis beija flores...Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-17843552554026588872009-11-26T09:02:00.000-08:002009-11-26T09:07:28.835-08:00A Hipocrisia do Amor ao Povo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh55cGYK86KV7BMsYSFJfr6uujRyduCEmuB6CK-6AXUvDhNozHQCpK1lSNxJu8lxOdhuk6o0H587d8m6P-z5nHIWqMYdT7kg43E-T5EFZCjEVgSmYsAHmDxkCOsXsojChsiXNvLrB56YGg/s1600/agostinho_da_silva.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 250px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh55cGYK86KV7BMsYSFJfr6uujRyduCEmuB6CK-6AXUvDhNozHQCpK1lSNxJu8lxOdhuk6o0H587d8m6P-z5nHIWqMYdT7kg43E-T5EFZCjEVgSmYsAHmDxkCOsXsojChsiXNvLrB56YGg/s320/agostinho_da_silva.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408459410804811666" /></a><br />"Estes amam o povo, mas não desejariam, por interesse do próprio amor, que saísse do passo em que se encontra; deleitam-se com a ingenuidade da arte popular, com o imperfeito pensamento, as superstições e as lendas; vêem-se generosos e sensíveis quando se debruçam sobre a classe inferior e traduzem, na linguagem adamada, o que dela julgam perceber; é muito interessante o animal que examinam, mas que não tente o animal libertar-se da sua condição; estragaria todo o quadro, toda a equilibrada posição; em nome da estética e de tudo o resto convém que se mantenha.<br /> <br />Há também os que adoram o povo e combatem por ele mas pouco mais o julgam do que um meio; a meta a atingir é o domínio do mesmo povo por que parecem sacrificar-se; bate-lhes no peito um coração de altos senhores; se vieram parar a este lado da batalha foi porque os acidentes os repeliram das trincheiras opostas ou aqui viram maneira mais segura de satisfazer o vão desejo de mandar; nestes não encontraremos a frase preciosa, a afetada sensibilidade, o retoque literário; preferem o estilo de barricada; mas, como nos outros, é o som do oco tambor retórico o último que se ouve.<br /> <br />Só um grupo reduzido defende o povo e o deseja elevar sem ter por ele nenhuma espécie de paixão; em primeiro lugar, porque logo reprimiriam dentro em si todo o movimento que percebessem nascido de impulsos sentimentais; em segundo lugar, porque tal atitude os impediria de ver as soluções claras e justas que acima de tudo procuram alcançar; e, finalmente, porque lhes é impossível permanecer em êxtase diante do que é culturalmente pobre, artisticamente grosseiro, eivado dos muitos defeitos que trazem consigo a dependência e a miséria em que sempre o têm colocado os que mais o cantam, o admiram e o protegem.<br /> <br />Interessa-nos o povo porque nele se apresenta um feixe de problemas que solicitam a inteligência e a vontade; um problema de justiça econômica, um problema de justiça política, um problema de equilíbrio social, um problema de ascensão à cultura, e de ascensão o mais rápida possível da massa enorme até hoje tão abandonada e desprezada; logo que eles se resolvam terminarão cuidados e interesses; como se apaga o cálculo que serviu para revelar um valor; temos por ideal construir e firmar o reino do bem; se houve benefício para o povo, só veio por acréscimo; não é essa, de modo algum, a nossa última tenção". <br /><br />Agostinho da Silva, in 'Considerações'Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-86374644692855873672009-11-24T09:43:00.000-08:002009-11-24T10:04:44.218-08:00Deputados do Reino Unido<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXwLn9X4faJj_3Kk_GaW26Ag9nzguAa5gZj16U92Gtb9Amf9BMXdV0DV54wG1O7tIl24JTO3mRBaajoSfNX7FsBPHLyMZL5TUryRm6LicaiVDlJzi3n19Owua4x2qp-dhmpFmbcxDKwPc/s1600/800px-Palace_of_Westminster,_London_-_Feb_2007.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 126px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXwLn9X4faJj_3Kk_GaW26Ag9nzguAa5gZj16U92Gtb9Amf9BMXdV0DV54wG1O7tIl24JTO3mRBaajoSfNX7FsBPHLyMZL5TUryRm6LicaiVDlJzi3n19Owua4x2qp-dhmpFmbcxDKwPc/s320/800px-Palace_of_Westminster,_London_-_Feb_2007.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5407732596673911458" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi71WTHoefGzU3FxH4V6vYPwlSnNMcaXeXFmaYrFGLuNqGkxHei_BuVPW7cGHBkBM9_rJEoWwF-gzhdM1SraSnX3eYHceBxJVzYBtLyvGjYYsGk9a03wH7lZvqXvHFL88tySw8-wJaC2D8/s1600/Mapa+1.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 187px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi71WTHoefGzU3FxH4V6vYPwlSnNMcaXeXFmaYrFGLuNqGkxHei_BuVPW7cGHBkBM9_rJEoWwF-gzhdM1SraSnX3eYHceBxJVzYBtLyvGjYYsGk9a03wH7lZvqXvHFL88tySw8-wJaC2D8/s320/Mapa+1.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5407732145883524962" /></a><br />Os deputados do Reino Unido, na "Mãe dos Parlamentos",<br /><br />1 . não têm lugar certo para sentar na Câmara dos Comuns;<br />2 . não têm escritórios, nem secretários, nem automóveis;<br />3 . não têm residência (pagam pela sua casa em Londres ou nas províncias); detalhe: e pagam, todas as suas despesas, normalmente, como todo e qualquer trabalhador;<br />4 . não têm passagens de avião gratuitas, salvo quando ao serviço do próprio Parlamento.<br /><br />E o seu salário equipara-se ao de um Chefe de Secção de qualquer repartição pública.Em suma, são SERVIDORES do povo e não, PARASITAS do mesmo!<br /><br />Texto recebido por e mail...Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-74428013452766867752009-11-24T07:29:00.000-08:002009-11-24T07:32:05.461-08:00Voluntariado<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0QihR6pLvGLWgfOD1qB8MZzBnGSvTW5eEsQsXFYrr_U8ICl772JBEWZn8pduY6qAult77aHYlyLmq5kMh1yrm3fsotjaJIv4Cce6t6bVCsZ8Yf8WvInR2RaablCXKhyphenhyphen_m6KjXiUgUAsg/s1600/fd7562e05744f7bb925b1b36996ff72a.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 202px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0QihR6pLvGLWgfOD1qB8MZzBnGSvTW5eEsQsXFYrr_U8ICl772JBEWZn8pduY6qAult77aHYlyLmq5kMh1yrm3fsotjaJIv4Cce6t6bVCsZ8Yf8WvInR2RaablCXKhyphenhyphen_m6KjXiUgUAsg/s320/fd7562e05744f7bb925b1b36996ff72a.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5407693248565695714" /></a><br />Vejam que belo texto! "Assino em baixo"!<br /><br />VOLUNTARIADO <br />Visto a camisa do voluntariado, e faço do meu tempo livre espaço e abraço aos defavorecidos. Espelho-me em meu próximo. Faço de sua dor o meu ardor, de seu sofrer o meu dever, de seu desamparo o ponto em que paro, ouço e destrilho-me do comodismo para ir ao seu encontro. <br />Abro as janelas do espírito e espano a poeira da dessolidariedade. Arranco os olhos da TV, a indolência da ociosidade e recolho a língua de inconfidentes mesquinharias. Vou até lá, onde a carência é expectativa de mão amiga: a creche da periferia, o hospital de indigentes, o asilo de memórias esquecidas, as instituições do terceiro setor comprometidas com o pão de cada dia da verdadeira democracia: a cidadania. Não faço o trabalho do poder público, nem o isento da obrigação de resgatar, o quanto antes, a dívida social. Não me disponho a ser mão-de-obra gratuita de entidades que sonegam o direito ao trabalho como o recibo adulterado da boa vontade alheia. Ser voluntário é somar esforços, entrar pela porta da compaixão e repartir o que nenhum mercado oferece ou provê: carinho, apoio, talento, cumplicidade, de modo a dar a vez a quem foi emudecido pela opressão, e voz a quem foi excluído pela injustiça. O voluntariado resgata a minha auto-estima, redesenha a minha face humana, desdobra as fibras endurecidas de minha abissal preguiça, insere-me na dinâmica social, faz-me próximo dessas multidões premiadas injustamente pela loteria biológica por nascerem empobrecidos. Eu poderia ser um deles. Meu bem-estar, mais que privilégio, é (b) ônus. Sou voluntária porque sou solidária, presente no universo das aflições, na esfera alucinada dos dependentes químicos, na saudável reinvenção do esporte junto àqueles que estão próximos a ser derrotados pelo jogo do crime. Mobilizo coletas de alimentos para quem sabe que "a fome é ontem", e trabalho em favor da conquista de direitos, para quem padece desmandos estruturais e políticos. Apoio empresas cientes de sua responsabilidade social. Busco torná-las elos da vasta corrente ética que já faz da obsessão do lucro sua única razão de ser, pois centram o ser humano em seus empreendimentos ecológicos, liberam funcionários para atividades voluntárias, sem reduzir-lhes salários ou cobrar-lhes reposição de horas. São empresas prestadoras do único serviço que não tem preço: o gesto samaritano. Não faço "caridade", nem dou esmolas. Longe de mim o assistencialismo que aplaca os descasos políticos como quem aplica pomadas. Voluntária, sou multidão. Solidária, sou mutirão. Somando com todos aqueles que têm fome e sede de justiça. Inebriada pela utopia bíblica do paraíso, recuso-me acatar qualquer uma das fraturas que negam à família humana o direito à fraternura. Dou as mãos a quem acredita que a felicidade é o artigo único da Declaração Universal dos Direitos Humanos.<br /> <br />Texto retirado de http://aeiou.visao.pt/voluntariado=f537578<br /><br />Em tempo:<br />Portal do voluntário: http://portaldovoluntario.org.br/<br />Ajuda Brasil: http://www.ajudabrasil.com.br/6.379.htmlUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-45742211577833669212009-11-21T10:48:00.000-08:002009-11-21T10:50:16.987-08:00A águia e a flecha<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSrvgZhqp5kOezWveK71ifT5LcMphzUW36M3ozDms6Si10VTPgf1SgZl7qblROFkp9OttwtJp_Ph0fK_Jjnn6eU2ZSoLVTLQQ_Y4dzXLtZ-7ov_p4iIUeF4w9DIMqkKDS-Gk2F1jfmI9M/s1600/2-fab-esopo1.gif"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 305px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSrvgZhqp5kOezWveK71ifT5LcMphzUW36M3ozDms6Si10VTPgf1SgZl7qblROFkp9OttwtJp_Ph0fK_Jjnn6eU2ZSoLVTLQQ_Y4dzXLtZ-7ov_p4iIUeF4w9DIMqkKDS-Gk2F1jfmI9M/s320/2-fab-esopo1.gif" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5406631015630492482" /></a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-39702702099780200782009-11-20T07:50:00.000-08:002009-11-20T07:58:45.210-08:00Earth Song - o video proibido<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYnRqSd9zuqSo71_YrGQPkK30fafXv-PcLNQTuNLRy4CWXoe-0cnbAi3fFgfEYNRQp6qfaZiF-_VutJs-E4gE9b-EB5O_VTBxCM_0u6rsPqg6IyAzqIb8Qs8Z_F5EHQCzUNEn0N8USi7o/s1600/iR3o7-earthsong.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 274px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYnRqSd9zuqSo71_YrGQPkK30fafXv-PcLNQTuNLRy4CWXoe-0cnbAi3fFgfEYNRQp6qfaZiF-_VutJs-E4gE9b-EB5O_VTBxCM_0u6rsPqg6IyAzqIb8Qs8Z_F5EHQCzUNEn0N8USi7o/s320/iR3o7-earthsong.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5406214449914612626" /></a><br /><br />Este video me foi indicado por e mail. Trata-se do single de maior sucesso de Michael Jackson no Reino Unido. Engana-se quem pensar que é Billie Jean, Beat it ou Thriller... Seu nome: Earth Song, de 1996. A letra é uma denúncia contra o desmatamento, pesca predatória, matança de animais, poluição. Earth Song nunca foi lançada como single nos EUA, historicamente o maior poluidor do Planeta; por isso, a maioria de nós nunca teve acesso a ele. Particularmente, fiquei impressionada com o trabalho de Mickael: a música é belíssima, as cenas impactam pelas imagens chocantes e reais paralelas à beleza do ambiente natural, a letra cumpre magnificamente o objetivo da conscientização ecológica. Recomendo a todos os meus amigos! Vale a pena esperar o Youtube carregar e assistir sem pausas!<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwz-heTQi1f18zhwTm3nQVvIaiVaGwYGuAtdqOgbI5vAmFoi_mJZW4c-dVm8tQgeTkhftXwkpptnsO9bZ3G84hNyEe3kpLBB5OZ2306sRpYEn4sqfIafKVI3JQf2L_bOlL-YB09N9pRys/s1600/Michael-Jackson-Earth-Song-349835.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwz-heTQi1f18zhwTm3nQVvIaiVaGwYGuAtdqOgbI5vAmFoi_mJZW4c-dVm8tQgeTkhftXwkpptnsO9bZ3G84hNyEe3kpLBB5OZ2306sRpYEn4sqfIafKVI3JQf2L_bOlL-YB09N9pRys/s320/Michael-Jackson-Earth-Song-349835.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5406214195631210322" /></a><br /><br />Bem concebido, bem realizado, bem interpretado.<br />Bem intencionado.<br />Obrigatório ver! Mesmo para quem não é fã de M. Jackson...<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/oJEqJ9yALx8&hl=pt_BR&fs=1&rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/oJEqJ9yALx8&hl=pt_BR&fs=1&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-15894827434235068192009-11-10T04:37:00.000-08:002009-11-10T04:49:11.657-08:00Antes e depois da posse<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtjKL3juu_4f_jhSMbxlW1vNot9Za2OHgHMu8bikcIKpL7aZFWlMXAC1NvfrrxiUVWtqn6_1ggJiw4H3BIec7PlELPs3FWYyWAx4Qd5yz-TZd-dheVHEFzRsQbXxjO9GFtYqNtgYxl7e8/s1600-h/iceberg_de_mentira.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 234px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtjKL3juu_4f_jhSMbxlW1vNot9Za2OHgHMu8bikcIKpL7aZFWlMXAC1NvfrrxiUVWtqn6_1ggJiw4H3BIec7PlELPs3FWYyWAx4Qd5yz-TZd-dheVHEFzRsQbXxjO9GFtYqNtgYxl7e8/s320/iceberg_de_mentira.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5402454776702097730" /></a><br />*ANTES DA POSSE*<br /><br />Nosso partido cumpre o que promete. <br />Só os tolos podem crer que <br />não lutaremos contra a corrupção. <br />Porque, se há algo certo para nós, é que <br />A honestidade e a transparência são fundamentais. <br />Para alcançar nossos ideais <br />Mostraremos que é grande estupidez crer que <br />As máfias continuarão no governo, como sempre. <br />Asseguramos sem dúvida que <br />A justiça social será o alvo de nossa ação. <br />Apesar disso, há idiotas que imaginam que <br />Se possa governar com as manchas da velha política. <br />Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que <br />Se termine com os marajás e as negociatas. <br />Não permitiremos de nenhum modo que <br />Nossas crianças morram de fome. <br />Cumpriremos nossos propósitos mesmo que <br />Os recursos econômicos do país se esgotem. <br />Exerceremos o poder até que <br />Compreendam que <br />Somos a nova política. <br /><br />*DEPOIS DA POSSE*<br /><br />*Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA* <br /><br />Imagem retirada de http://www.popa.com.br<br />Texto recebido por e mail (desconheço a autoria)Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-43106313388834918732009-11-03T11:02:00.000-08:002009-11-03T11:02:40.138-08:00Uma homenagem à turma dos cabelos brancos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJf4TF1Ol1Vh2vJajUcVOtu8M7tdnu93xm3XlkpQqF6rJPurBlE9RygIJX5WENpZr4d7hFx8zEMVNmn3lrnGv0XiFoHrFszZgwQUaWWFR6zuV_n3vi1Z33J3HkSnqa2cyRw9RcORfeZ6o/s1600-h/velhice.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJf4TF1Ol1Vh2vJajUcVOtu8M7tdnu93xm3XlkpQqF6rJPurBlE9RygIJX5WENpZr4d7hFx8zEMVNmn3lrnGv0XiFoHrFszZgwQUaWWFR6zuV_n3vi1Z33J3HkSnqa2cyRw9RcORfeZ6o/s320/velhice.jpg" vr="true" /></a><br />
</div>Essa é uma homenagem à turma de cabelos brancos.<br />
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Um jovem muito arrogante, que estava assistindo a um jogo de futebol, tomou para si a responsabilidade de explicar a um senhor já maduro, próximo dele, porque era impossível a alguém da velha geração entender esta geração.<br />
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"Vocês cresceram em um mundo diferente, um mundo quase primitivo!", o estudante disse alto e claro de modo que todos em volta pudessem ouví-lo."Nós, os jovens de hoje, crescemos com Internet , celular , televisão, aviões a jato, viagens espaciais, homens caminhando na Lua. Nós temos energia nuclear, carros elétricos e a hidrogênio, computadores com grande capacidade de processamento e ...," - fez uma pausa para tomar outro gole de cerveja.<br />
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O senhor se aproveitou do intervalo do gole para interromper a liturgia do estudante em sua ladainha e disse:<br />
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- Você está certo, filho. Nós não tivemos essas coisas quando éramos jovens por que estávamos ocupados em inventá-las. E você, um arrogante dos dias de hoje, o que está fazendo para a próxima geração?<br />
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Foi aplaudido ruidosamente, de pé ! <br />
(mensagem recebida por e mail, desconheço o autor; imagem de <a href="http://mosaicos-cida.blogspot.com/2009_05_10_archive.html">http://mosaicos-cida.blogspot.com/2009_05_10_archive.html</a> )Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-41533389591018219342009-10-31T16:25:00.000-07:002009-10-31T16:27:55.145-07:00Aluna sendo expulsa da UNIBAN - A Fogueira atual<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiLlbyB5WlJZsIhttJ0VZkxkC-ZfJvOLEi7LdbvOvuN0RuAPcfrf22GD8E3MBz0XoM7R1bLwN6TrXE3oKSw5YBJaRkJKiQJbEhCnu0J5hMAjyb-Gim1OsG3dmy2Q8jHc4M-l7HPj091L0/s1600-h/thumbs_foto02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiLlbyB5WlJZsIhttJ0VZkxkC-ZfJvOLEi7LdbvOvuN0RuAPcfrf22GD8E3MBz0XoM7R1bLwN6TrXE3oKSw5YBJaRkJKiQJbEhCnu0J5hMAjyb-Gim1OsG3dmy2Q8jHc4M-l7HPj091L0/s320/thumbs_foto02.jpg" vr="true" /></a><br />
</div>"Uma estudante causou alvoroço na Uniban, Universidade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Tudo começou por que a jovem teria ido para universidade trajando um vestido rosa muito curto deixando assim os outros alunos alvoroçados. A PM teve que ser chamada ao local para conter os rapazes e moças que xingavam a estudante. As imagens, feitas de telefones celulares, mostram quando a jovem deixou a Uniban vestindo um jaleco branco, acompanhada dos policiais sob gritos, assobios e xingamentos".(http://www.youtube.com/watch?v=0g4LG4Tad3s )<br />
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Não tenho palavras para expressar o meu repúdio a atos como este! Rasgou-se a Constituição ...EM UMA UNIVERSIDADE! E eu que pensava que nas universidades estava a nata pensante do meu País...Eu que acreditava esperançosa que estes jovens seriam aqueles que iriam contribuir para um futuro mais ético, mais crítico, menos preconceituoso...Eu que me recusava a descrer do homem, que sempre lhe dava nova chance ao olhar para seus filhos... sinto-me abatida...<br />
<br />
Será que tudo já está mesmo adulterado, desgastado, corrompido? Estamos em 2009 com valores de séculos atrás!O que me surpreende é o falso moralismo que ainda se faz presente, dita normas de conduta em um ambiente uni- verso!As fogueiras da Idade Média, os apedrejamentos em praça pública assistidos por todos (crianças, jovens, adultos e velhos unidos no dedo em riste) vestem hoje roupagens novas; porém, o manequim é o mesmo!<br />
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Evoluimos em nossa tão defendida Democracia? Estamos à altura de nossa Constituição? Temos realmente educado nossos filhos? Acreditamos de verdade nos valores que propaga nossa religião?<br />
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Creio que episódios como esse deveriam nos fazer pensar...Como diria um grande jornalista,Bóris Casoy, "isto é uma vergonha!" <br />
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<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/ko-BOZNzSkE&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/ko-BOZNzSkE&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br />
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<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/wxis61ygmVE&color1=0x6699&color2=0x54abd6&hl=pt-br&feature=player_embedded&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowScriptAccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/wxis61ygmVE&color1=0x6699&color2=0x54abd6&hl=pt-br&feature=player_embedded&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowScriptAccess="always" width="425" height="344"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-57183264649030818782009-10-29T03:58:00.000-07:002009-10-29T04:57:40.833-07:00Doação de sangue - Um convite<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwN29SNqn-lASEovJGkqQxhI5t-HVs3-N3QY3d50fPjajRb8esoOrpOAM3WOppEb7dNUltGjNgCMDIKnEtoI3Cw69DzxmPVgfasPfvXHXhtsJLAmg2kEHwjtTnagfyMzFk1mewJXzM9oI/s1600-h/banner-468-60.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwN29SNqn-lASEovJGkqQxhI5t-HVs3-N3QY3d50fPjajRb8esoOrpOAM3WOppEb7dNUltGjNgCMDIKnEtoI3Cw69DzxmPVgfasPfvXHXhtsJLAmg2kEHwjtTnagfyMzFk1mewJXzM9oI/s320/banner-468-60.jpg" vr="true" /></a><br />
</div>Da teoria à prática há por vezes uma enorme distância... Todos nós já tivemos contato, de uma forma ou de outra, com campanhas de solidariedade, de conscientização. Há aqueles que reconhecem o mérito da proposta, mas se limitam à uma concordância teórica, dolente assentimento de braços cruzados, aquiescência sentada em sofás... Mas há alguns que saem a campo, ativistas conscientes da importância de um gesto, de um ideal, de uma necessidade que se impõe: são estes que dão o exemplo, que realmente alavancam mudanças, que possibilitam soluções!<br />
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Esta postagem de hoje tem o intuito de colaborar na divulgação da campanha "Doe mais que um clique, doe sangue". Seus idealizadores: Marcelo Vitorino (http://www.inblogs.com.br/ ) e Edney Souza (http://www.interney.net/blogs/) . É com grande orgulho que convido meus amigos para participarem desta nobre iniciativa, seja sob a forma de divulgação em seus respectivos blogues, seja pelo efetivo ato da doação de sangue.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcXonZFo5w9PH7wdfNCzEPP_8yh7BIgIL5H_T5vJWxdWL-jHWsAcXUzl1Wt9dfD12nSjWN1nxR7WvIN3VzcYIXD6SIEDk3vrxjMkScG3Up1Ek5r9K-mrJnLgptQ6Edx6fQ-4ApZMr0ksE/s1600-h/doao%2520sangue.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcXonZFo5w9PH7wdfNCzEPP_8yh7BIgIL5H_T5vJWxdWL-jHWsAcXUzl1Wt9dfD12nSjWN1nxR7WvIN3VzcYIXD6SIEDk3vrxjMkScG3Up1Ek5r9K-mrJnLgptQ6Edx6fQ-4ApZMr0ksE/s320/doao%2520sangue.jpg" vr="true" /></a><br />
</div>SAIBA SE VOCÊ PODE DOAR SANGUE. DESCUBRA O QUE VOCÊ PRECISA PARA TORNAR-SE UM DOADOR! (Fonte: Banco de sangue paulista)<br />
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Não deixe de fazer parte da campanha, mesmo que não possa doar atue como Embaixador, promovendo novas adesões.<br />
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Você deve ter mais de 18 e menos de 60 anos;<br />
Seu peso deve ser superior a 50 kg;<br />
Se homem, deve ter doado há mais de 60 dias;<br />
Se mulher deve ter doado há mais de 90 dias; não estar grávida; não estar amamentando; já terem se passado pelo menos 3 meses de parto ou aborto;<br />
Se você não teve Hepatite após os 10 anos de idade;<br />
Se você não teve contato com o inseto barbeiro, transmissor da Doença de Chagas;<br />
Se você não teve malária ou esteve em região de malária nos últimos 6 meses;<br />
Se você não sofre de Epilepsia;<br />
Se você não tem ou teve Sífilis;<br />
Se você não é diabético;<br />
Se você não tem tatuagens recentes (menos de 1 ano);<br />
Se você não recebeu transfusão de sangue ou hemoderivados nos últimos 10 anos;<br />
Se você não ingerir bebidas alcoólicas nas 24hs que antecedem a doação;<br />
Se você estiver alimentado e com intervalo mínimo de 2 horas do almoço;<br />
Se você dormiu pelo menos 6 horas nas 24hs que antecedem a doação;<br />
Se você não se expõe ao risco de contrair o vírus da AIDS, tendo comportamentos como:<br />
* não usar preservativos em relações sexuais<br />
* Ter tido mais de dois parceiros sexuais nos últimos 3 meses<br />
* usar drogas injetáveis<br />
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Antes da doação você vai passar por uma entrevista de triagem clínica, na qual podem ser detectadas algumas condições adicionais que possam impedir sua doação. Após cada doação serão realizados os seguintes exames em seu sangue:<br />
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Tipagem sangüínea ABO e Rh;<br />
Pesquisa de anticorpos eritrocitários irregulares;<br />
Teste de Coombs Direto;<br />
Fenotipagem do Sistema Rh Hr( D,C,E.c,e) , Fenotipagem de outros sistemas;<br />
Testes sorológicos para: Hepatite B, Hepatite C, Doença de Chagas, Sífilis, HIV (AIDS), HTLV I/II;<br />
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Todas as vezes que você doar sangue serão feitos todos esses testes, e você receberá o resultado em cada doação.<br />
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Esta é uma campanha de http://www.doemaisqueumclique.com.br/ . Neste link poderá encontrar diversos tamanhos e formatos de banner, caso queira colocar em seu blog e participar da divulgação.<br />
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Imagem de http://www.plenamulher.com.br/dicas.asp?ID_DICAS=249Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5376585357875880449.post-90669674879181332742009-10-25T16:56:00.000-07:002009-10-25T16:56:16.571-07:00Deus: Criador ou Criatura?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivcW7vHaJqJpjraqXoYrbz0kO76gRkZT4x3wpcMa4TNMIdA0B8hw6gmC_YAF7Jxudx56NRn19pcWQPQUx8rIP3hVy-IcqvZgcFvaluXLd53JoBVdYcqXZXd93w0OxkvThXr7avA60Uz_o/s1600-h/y1pMcTdKAWX6AE58lgh68bKuEU8SzWYLdXst8j9RhM4MPk2Rd4DuDyC-_tjG8xPKXItKs1XQ_HMIW0.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivcW7vHaJqJpjraqXoYrbz0kO76gRkZT4x3wpcMa4TNMIdA0B8hw6gmC_YAF7Jxudx56NRn19pcWQPQUx8rIP3hVy-IcqvZgcFvaluXLd53JoBVdYcqXZXd93w0OxkvThXr7avA60Uz_o/s320/y1pMcTdKAWX6AE58lgh68bKuEU8SzWYLdXst8j9RhM4MPk2Rd4DuDyC-_tjG8xPKXItKs1XQ_HMIW0.jpg" vr="true" /></a><br />
</div>Este é o quinto texto da série Reflexões sobre Religião. Seria interessante ler o prefácio no texto número um (Ao pé da letra).<br />
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Desde os seus primórdios, o homem cria rituais de ligação com o sagrado. Houve várias etapas na idealização de Deus, a bem dizer, vários deuses foram apercebidos até se chegar a uma concepção não antropomorfizada de Deus.<br />
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A palavra Religião vem de re-ligare: ligar de novo, no caso, o homem a seu deus. Através da religião, com seus dogmas, seus símbolos e rituais pretende-se uma reaproximação do homem com o seu criador. Não há um consenso nas várias religiões no porquê dessa suposta separação e as explicações variam de acordo com as crenças.<br />
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Há várias formas de se conceber Deus, que traçam um sentido, um rumo na vida daqueles que Nele crêem. Para alguns, Deus é uma forma de explicação para a origem do Universo; Aquele que - onisciente e onipresente - julgará a todos e decidirá o destino do homem após a sua morte; é uma força, uma energia ou a própria Natureza; é o Grande Arquiteto do Universo...Para muitos, Deus é pai.<br />
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Há aqueles que respiram Deus 24 horas sacralizando o profano e desvalorizando o real e existem aqueles que dividem o tempo entre o trabalho, lazer e oração; aqueles que se intitulam intermediários de Deus e cobram pelo acesso a Ele; aqueles que afastam as pessoas de Deus por sua visão deformada a respeito dEle e aqueles que transformam os descrentes em Seus seguidores...<br />
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Existem aqueles que - ecléticos - procuram pedaços de Deus que lhe convêm em cada religião; há o agnóstico; existe aquele que se submete - narcisista - a leis severas e, sádico, a impõe a outrem; há aquele que condena - dedo em riste ; aquele que interpreta o que considerou sagrado; aquele que dogmatiza e não pondera...; aquele que na Ciência descrê de Deus e aquele que descobre Deus através da Ciência...<br />
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O universo religioso e o des-sacralizado podem-se harmonizar ou se antagonizar. Por exemplo, uma pessoa religiosa pode ser vista como virtuosa, um exemplo para os demais e, por outros, um chato, um alienado. O problema ocorre quando alguém tenta sobrepor sua verdade às verdades de outrem: cai-se aqui na intolerância religiosa, no fanatismo, no dogmatismo e, paradoxalmente, parece que nessa hora todos vêem que essa pessoa se afastou de seu Deus...<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS-8RB51yDrkq7PDW6OPm5QaB4AMiA_4c8g_mEzIMRnEOf-EM8bLLwNLE9GDzzwzhJuCW16IQhO0VVg4o0u4VKp5bJT_SMij3khJgUbhEDzVD73G0eZupimWx6M-BQULLUxnWfOnMoywU/s1600-h/y1p9UYiUztoQ9CXkCAqUEtNHzkc8TLcbPaYHO2wYDwfa5MUnMGGZVw9qyD9v05gEkLoG9NAPl2gJus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS-8RB51yDrkq7PDW6OPm5QaB4AMiA_4c8g_mEzIMRnEOf-EM8bLLwNLE9GDzzwzhJuCW16IQhO0VVg4o0u4VKp5bJT_SMij3khJgUbhEDzVD73G0eZupimWx6M-BQULLUxnWfOnMoywU/s320/y1p9UYiUztoQ9CXkCAqUEtNHzkc8TLcbPaYHO2wYDwfa5MUnMGGZVw9qyD9v05gEkLoG9NAPl2gJus.jpg" vr="true" /></a><br />
</div>Sigmund Freud fez uma análise interessante sobre religião. Para ele, a criação de Deus segue um protótipo infantil e filogenético. Resumidamente, o homem repete as vivências mentais de sua tenra idade com seus pais e as transfere para Deus: quando crianças tínhamos razão para temê-los (especialmente o pai); todavia, paralelamente, sentíamo-nos seguros, pois nos protegiam contra os perigos que nos ameaçavam. Deus, então, seria uma produção imaginária dos homens. Vista a impossibilidade de que um pai terreno pudesse suprir todas as necessidades de amor e proteção de seu filho, o filho cria para sí um pai ideal. Isto explicaria o porquê de, para alguns, Deus ser um pai extremamente amoroso, enquanto para outros ele é castrador, exigente das regras (a Lei) a todo instante e, acima de tudo, um pai punidor...<br />
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Friedrich Nietzsche disse:" O homem em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança". Não acreditar em Deus implica em admitir para si mesmo desamparo, insignificância no vasto Universo. Como superar a sensação dolorosa de não ser mais o centro da criação? Não ser mais objeto de eterno e vigilante cuidado de uma Providência Divina? Abandonar a religião assemelha-se a abandonar a casa paterna, onde há conforto e segurança...Caminhar com os próprios passos por estradas escuras e desconhecidas, sem a luz da lanterna divina, é paralisante...<br />
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Sob outro aspecto, é inegável que a religião atua como um freio moral, mas nem sempre ético...É quando ocorrem mutilações, proibições irracionais, guerras santas em nome de um Deus que mata e que é "fiel" a quem lhe retribui a fidelidade...<br />
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Há uma retórica perigosa na religião que faz com que os argumentos se afastem, pela interpretação subjetiva de alguns, dos textos sagrados. Nessa tentativa de convercer-se e convencer a qualquer preço, criam-se verdades inquestionáveis e o perfil de um Deus ditador...<br />
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Penso que as verdades religiosas são o reflexo da procura de uma verdade acima do conhecimento comum e limitado de nossa mente. Necessitamos de explicações para o que não conseguimos entender,decifrar. Esbarramos, por vezes, na razão, que não consegue entendê-las e acercâmo-nos da fé - porto seguro que nos ampara. Vejo como um real problema não a crença, a fé em Deus e sim, o esquecer-se de problematizar que o dogma incita. Agindo assim, é suficiente crer, sem saber muito porque se crê ou para que se crê.Esquecido o homem de edificar a si mesmo, qual criança a confiar nos pais, frequenta templos por obrigação, cria rituais fechados e excludentes, cria um Deus preconceituoso com os filhos dos outros...(os que não lhe são "fiéis")<br />
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É comum o fato de cientistas, particularmente na área da Física Quântica, ao começarem céticos e agnósticos suas pesquisas, tornarem-se defensores da crença em Deus. Qual o porquê dessa "conversão"? Talvez o simples fato de que fé e razão deixaram de ser vistas como antagônicas: diluindo-se o fideísmo e o racionalismo, a fé brotou distinta da razão.<br />
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Disse Kierkegaard: "Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro". Não vou discutir aqui o conceito de "Verdade".Apenas penso que na procura da verdade, seja ela qual for, respostas nos são dadas, por vezes, quando adentramos caminhos que antes considerávamos impercorríveis. É do confronto com o adverso, do debruçar consciente sobre o incógnito que por vezes surge uma nova verdade...mais consistente, novo paradigma - amplo a ser descoberto...Nessas novas premissas descobre-se a falácia das anteriores, superam-se as antíteses, constroem-se novas sínteses...e "assim caminha a humanidade"...<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_S0qUUrsBzrDB2rJm1xHAOJQNJwYiVqY6kChPyaNTl_wfUZgleYJWPAFIdOdHa3GJLJwKme6doOUphqPE1UlQ6__A4yVqrfPLLlqXV46QvaKi2ei3cfx4TZWSRU-RkBmRqmba4p0-KLE/s1600-h/y1pvzkIi5L4cK8AWOCL8fLvgpnB_4qy-AEnCfddgYJly3rmc7dIWL_ugHPyW37pa7l5ZMHdXdu4jGA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_S0qUUrsBzrDB2rJm1xHAOJQNJwYiVqY6kChPyaNTl_wfUZgleYJWPAFIdOdHa3GJLJwKme6doOUphqPE1UlQ6__A4yVqrfPLLlqXV46QvaKi2ei3cfx4TZWSRU-RkBmRqmba4p0-KLE/s320/y1pvzkIi5L4cK8AWOCL8fLvgpnB_4qy-AEnCfddgYJly3rmc7dIWL_ugHPyW37pa7l5ZMHdXdu4jGA.jpg" vr="true" /></a><br />
</div>Antes que me queimem nas modernas fogueiras: creio em Deus! Não sei se este Deus é semelhante ao do leitor, mas não creio que a minha verdade, a minha percepção é a única que deva ser reconhecida como real, "verdadeira"! Não imponho essa minha concepção de Deus aos outros, nem estou certa de que Ele me revelou - e só a mim - a Sua face. Nem concebo que Ele tenha uma face, pois não o antropomorfizo...Unknownnoreply@blogger.com0