segunda-feira, 22 de março de 2010

22 de março: Dia Mundial da Água


O dia 22 de março foi singularizado pela Assembleia Geral das Nações Unidas como o Dia Mundial da Água. A vital importância deste recurso deveria ensejar grandes e acalorados debates, passeatas, carreatas, deveria ocupar lugar de destaque nas agendas de projetos políticos, nas capas de jornais, deveria cada rio ser considerado um Patrimônio da Humanidade, deveria ser crime o desperdício, deveria, deveria, deveria...

Nosso País é privilegiado com relação a este recurso hídrico. Todavia, para além do descaso de nossos políticos, releve-se o descaso da própria população (que aliás é de onde saem os políticos). A falta de conscientização encontra-se estampada nos mínimos gestos cotidianos. É o banho demorado habitual, a varredura de calçadas com o jato da mangueira, é a latinha de refrigerante ou cerveja (e inúmeros outros objetos) que é jogada nas ruas e rodovias e que irá entupir os bueiros (bocas de lobo), é a pescaria que enche as margens dos rios com os vestígios do final de semana, é a falta de planejamento urbano que impermeabiliza com asfalto o solo das cidades, é o desmatamento para pastos e bairros que promove a aceleração da erosão do solo e, que não proporciona a adequada infiltração da águas que alimentarão os lençóis freáticos (ou também causará deslizamentos nas encostas dos morros com vítimas fatais), é o conserto dos pequenos vazamentos domésticos que sempre é adiado...

Penso que são poucas as pessoas - levando-se em conta a população mundial - que se ocupam seriamente a pensar sobre a questão da água. Infelizmente, o que se nota é um dar de ombros, como se este assunto fosse um problema do futuro... distante. Até que comecem as primeiras guerras - mais pelo controle, numa visão estratégica, do que por uma real escassez - parece-me que as pessoas ainda não se aperceberam da importância deste assunto. Tratam-no como se fosse um "papo de ambientalistas". E contribuem todas elas para o agravamento do problema que no futuro se antevê.

Lí recentemente um artigo que me chamou a atenção. Segundo este, a OMS estipula que cerca de 50 litros de água por dia é a quantidade suficiente para que esteja garantida a higiene e o bem estar de uma pessoa. Pois bem, o Canadá e os EUA lideram a lista dos países que mais gastam água com seus 600 e 575 litros/dia/pessoa, o Brasil aparecendo na décima segunda posição (187 litros/dia/pessoa). Contudo, o que realmente ficou evidenciado no artigo é o fato de que aqueles países em melhores condições no ranking da pesquisa assim estão não porque sejam mais conscientes e sim, porque já lhes falta lá o precioso líquido ou porque suas rendas médias não lhes permite o gasto conforme gostariam...

Creio que o maior empecilho na conscientização das questões ditas ambientais parte do próprio povo. Parte de mim, de você, do meu vizinho, do meu professor, do padre (pastor ou qualquer outro nome que tenha um orientador religioso), do prefeito (vereador, presidente...), do delegado e do ministro, do juíz e do bandido, do representante do partido de esquerda ou de direita, da empregada doméstica e da dona de casa, dos pais e dos filhos, do universitário e do analfabeto, do velho e da criança... Enquanto esperarmos que as mudanças benéficas a todos nós ocorram "de cima para baixo"não veremos melhoras no que tange a tais questões. É urgente e necessário que façamos todos nós a nossa parte, que sirvamos de exemplo com nossas atitudes mínimas diárias, que nos apercebamos de que estamos todos em um mesmo barco... que navega a cada dia em águas mais rasas...

Cobremos sim: das autoridades competentes, de nossos políticos, dos professores de nossos filhos, de nossos vizinhos, dos outros países se preciso for, mas sobretudo, cobremos de nós mesmos uma postura consciente em relação ao Planeta; exijamos nosso máximo. Afinal de contas, para que mesmo serve esta tal racionalidade que alardeamos ter se a cada dia se tornam mais claros os sinais de nossa própria extinção... escavada por nossas próprias mãos? Pensemos seriamente nisso.

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